Marina diz que proposta brasileira para o clima tem que incluir metas para energia e indústria

10/11/2009 - 18h25

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Asenadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (PV-AC) dissehoje (10) que a proposta brasileira de reduções deemissões de gases de efeito estufa tem que garantircompromissos para os setores de energia, agricultura e indústria.A posição brasileira deve ser definida ainda estasemana, até agora o que está acertado é aredução do desmatamento em 80%, o que deve baixar asemissões brasileiras em 20%.Provável candidata à Presidência da Repúblicaem 2010, Marina, que já tinha classificado a proposta brasileira como“tímida”, evitou criticar os números apontados pelogoverno até agora e afirmou que o compromisso que o Brasilpretende assumir na Conferência das Nações Unidassobre Mudanças Climáticas, em dezembro, em Copenhague,se deve em grande parte a ações de sua gestão noMinistério do Meio Ambiente.“Tínhamosas bases para que pudéssemos chegar às metas. Jáexistia a possibilidade da redução de 20% das emissõespor desmatamento, que é a queda de 80%. Isso já eratácito”, afirmou.Aex-ministra também o citou o Plano Nacional de Mudançado Clima, que deixou “praticamente pronto”, e o Fundo Amazônia.“Eu pessoalmente negociei com o governo da Noruega [únicodoador do fundo até agora, com aporte de US$1 bilhão]”,disse.Marinatambém evitou comentários sobre o fato de aministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, chefiar a delegaçãobrasileira em Copenhague. “Acho que a gente não devefulanizar essa questão. O importante é que o Brasilpossa ir comprometido com metas, é isso o que tenhodefendido”, disse a senadora após participar de evento sobremudanças climáticas promovido pelo Tribunal de Contasda União (TCU).Duranteapresentação, Marina afirmou que o alerta sobre osriscos do aquecimento do planeta não é “ecoterrorismo”e que as questões ambientais têm que ser consideradas noplanejamento de todas as ações de governo, semseparar crescimento de preservação.“Nosúltimos meses tenho visto ações maisprogressistas de setores que eram os mais resistentes ao debate.Tomara que fiquem todos mais ambientalistas que eu, quem vai ganhar éo Brasil. O importante é fazer o dever de casa, ter uma metapara levar a Copenhague."