OEA vai voltar a discutir crise política em Honduras

09/11/2009 - 21h22

Fernando Freire
Enviado Especial da EBC
Tegucigalpa (Honduras) - O conselho permanente da Organização dos EstadosAmericanos (OEA) convocou para amanhã (10) uma reunião extraordináriaem Washington, nos Estados Unidos, para discutir a crise política emHonduras. Na semana passada, o secretário-geral da OEA, José MiguelInsulza, pediu a retomada do acordo.Na frente do Congressohondurenho, os manifestantes continuam em vigília pela volta de ManuelZelaya à Presidência. Como as conversas não avançam entre os governosgolpista e deposto, Zelaya criticou os Estados Unidos por rumores deque o país enviaria observadores para as eleições de Honduras, mesmo seo presidente deposto continuar cercado na Embaixada do Brasil, onde está abrigado.“Sentimos pelas últimas declarações que os Estados Unidos estãofraquejando em defesa da democracia e o governo norte-americano estádemonstrando debilidade diante dos golpistas”, disse Zelaya.Jáo governo golpista, num comunicado, acusa Zelaya de se fazer de vítimae de mudar de atitude por causa do Grupo do Rio, que se mostroudescrente, na semana passada, em relação ao acordo para pôr fim à crisepolítica. O ministro de Comunicação e Imprensa do governo de fato, RenéZepeda, disse que “essa mudança de atitude por uma das partes coincidecom o pronunciamento do Grupo do Rio, especialmente da [Aliança Bolivariana da América] Alba, que semostram céticos em relação ao acordo.”Mesmo com oimpasse político, o Tribunal Superior Eleitoral hondurenho anunciou queo material para as eleições chega ainda nesta semana aos principaiscentros de votação do país. Hoje (9) os candidatos participaram de umdebate sobre educação. O líder nas pesquisas, Porfírio Lobo, do PartidoNacional, disse que a saída para a crise política depende das eleições.“A solução está nas eleições, quando o povo terá a oportunidade de depositar o voto e escolher o presidente que irá governar o país”, afirmou Lobo.Umdos candidatos, Carlos Reyes, que apoia Zelaya, anunciou a desistênciade concorrer às eleições porque o presidente deposto ainda não voltouao poder.