Seminário Ibero-Americano discute realidade de jovens negros e indígenas na sociedade

07/11/2009 - 15h38

Da Agência Brasil

Brasília - Durantequatro dias, 70 jovens participaram, em Brasília, do SeminárioIbero-Americano de Jovens Líderes Indígenas e Afrodescendentes. Oobjetivo era criar espaços para ointercâmbio e a formação de lideranças entre jovens. Elesdiscutiram, durante o evento, as realidades e tendências dasjuventudes indígenas e afrodescendentes da Ibero-América; os marcoslegais, como a Declaração Universal dos Direitos dos PovosIndígenas e a Convenção Ibero-Americana dos Direitos dos Jovens. Aatuação internacional e as políticas públicas de juventude comperspectiva étnicorracial também estavam em debate. Integranteda Articulação Política de Juventude Negra no Brasil, SamouriBarbosa disse acreditar que o encontro será um fator determinante naatuação no jovem negro e indígena na sociedade. Segundo ele, aexperiência foi interessante, porque a discussão incluiu jovens deoutros países. “Adificuldade que nós, brasileiros, enfrentamos é também enfrentadapor eles. O diálogo tem se ampliado com outras instituições, ediscutir com pessoas de outras nacionalidades que possam combater oracismo institucional e demais formas de preconceito é um caminhopara o progresso”, afirmou.

Umdos representantes da Coordenação Nacional da Entidade Negra noencontro, JoséRoque Peixoto, disse que o congresso é uma oportunidade de estendero debate sobre o racismo e procurar formas de minimizar o problema.Para ele, o evento foi uma oportunidade para a definição de planosde ação para a juventude negra, indígena e afrodescendente.

“Opróximo passo é fortalecer essa rede e ampliar o debate com outrasorganizações públicas ou privadas que lidam com essa temáticapara que se possa avançar nas políticas de promoção de igualdaderacial e de inclusão dos povos negros e indígenas daIbero-América”, concluiu Peixoto.

Noencontro também foi discutido o Estatuto da Igualdade Social,encaminhado ao Senado Federal no último dia 3 de outubro. "Oestatuto é um avanço no enfrentamento de questões raciais, quemuitos dizem não existir, embora a gente ainda perceba o problema daexclusão”, disse Samouri Barbosa.

Aexpectativa é que, depois de apreciado pelos senadores, o estatutoseja sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no próximodia 20, Dia da Consciência Negra, em Salvador.