Presidente da CBF diz que prazos para preparação da Copa não preocupam

06/11/2009 - 18h42

Elaine Patricia Cruz*
Repórter da Agência Brasil
Fortaleza - Opresidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), RicardoTeixeira, afirmou hoje (6) que os prazos para a preparação doBrasil para a Copa do Mundo de 2014 não o preocupam. Segundo ele, opaís estará pronto para o evento até 2013, ano em que sediará aCopa das Confederações.“Não temos nenhum receio de não cumprimento[dos prazos] porque, até agora, justamente na área dogoverno federal, ele [governo] está no tempo exato de todasas previsões. Nos estádios, a data limite para início das obras émarço e estão todos cumprindo rigorosamente os processos”, disseTeixeira, ao participar, em Fortaleza, do 4º Congresso Nacional dosDelegados de Polícia Federal.De acordo com ele, se alguma das 12 cidades-sededeixar de cumprir os prazos e o que está no projeto, poderá sersubstituída. “Isso já aconteceu em vários países”, afirmou.Teixeira reafirmou que sua maior preocupação écom infraestrutura aeroportuária, mas ressaltou que está seguro deque serão realizadas no prazo previsto (até 2013) todas as obrasnecessárias e exigidas pela Federação Internacional deFutebol (Fifa). “O governo está tratando desse assunto, e tenho certezade que vai ficar tudo pronto.”Também presente ao evento, o ex-diretor daPolícia de Segurança Pública dos Estados da Alemanha e consultorda Copa do Mundo, Bernd Manthey, acredita que o Brasil estejapreparado a tempo de receber os jogos. Segundo ele, é preciso diferenciar o público:quem vai às Olimpíadas gosta de esporte em geral e quer participarde tudo, mas a Copa tem de ser vista de outra forma. “Creio que aCopa do Mundo será mais importante para o Brasil exatamente pelofato de o país ser a pátria do futebol. Em 2016 [ano dasOlimpíadas no Rio], tudo estará preparado porque já se terá aexperiência da Copa.”Quanto à questão da segurança, o diretor-geralda Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, afirmou que o Brasil temduas grandes vantagens: a experiência do Pan-Americano no Rio e otempo que falta para a realização da Copa. Ele disse que, com aajuda de organizações internacionais, o Brasil poderá dispor de umbanco de dados de torcedores violentos e copiar o modelo usado naCopa da Alemanha, em 2006, para controlar ou proibir a entrada detais torcedores em seus estádios. Segundo Corrêa, outra ideia é proibir acomercialização de bebidas alcoólicas ao redor dos estádios. O secretário de Segurança Pública do DistritoFederal, Valmir Lemos de Oliveira, destacou que, como sede da Copa, opaís tem de estar preparado para combater a criminalidade e asmanifestações radicais que podem surgir num grande evento mundial.“[Um evento como a Copa] pode atrair a pequenacriminalidade, o crime organizado e também gerar manifestaçõesradicais de algum tipo de grupo ativista.”Apesar de considerar que o risco de um ataqueterrorista na Copa seja pequeno, o secretário afirmou que estapreocupação não pode ser desconsiderada.Citando números de uma pesquisa da FundaçãoGetulio Vargas, Teixeira disse que a Copa trará cerca de R$ 155bilhões em investimentos para o país entre os anos de 2009 e 2014,com a criação de 18 milhões de empregos e aumento de 20% no fluxode turistas. “A Copa é uma oportunidade para deixarmos um paísmelhor para as novas gerações. O presidente da CBF ressaltou que o modelo degestão da Copa de 2014 será “o mais privado possível”. Assim,o comitê organizador criado para o evento não vai receber “nenhumcentavo” de recursos públicos, explicou. Segundo ele, o comitêreceberá recursos privados e também da Fifa.