PF procura estelionatários que aplicavam golpe em empresários de Minas

06/11/2009 - 13h12

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - APolícia Federal em Minas Gerais começou hoje (6) aOperação Stellio, com o objetivo de combater umaorganização criminosa envolvida com estelionato. Osalvos da quadrilha eram empresários da regiãometropolitana de Belo Horizonte e de outras cidades do interior doestado.Aotodo, serão cumpridos sete mandados de busca e apreensãoe sete de prisão, todos expedidos pela Vara de InquéritosPoliciais da Justiça Estadual de Belo Horizonte.Deacordo com a PF, os acusados faziam ligaçõestelefônicas para os proprietários de empresas vítimasdo esquema. Os membros da quadrilha se apresentavam como presidentesde entidades de classe de funcionários de órgãospúblicos e pediam contribuições financeiras emtroca de vantagens como a entrega de recibo em nome da associaçãoque supostamente seria totalmente dedutível do impostode renda, informou a Polícia Federal.Documentoseram confeccionados de forma fraudulenta em uma gráfica, taiscomo recibos, convites, ofícios e cartões deapresentação em nome da suposta associação,contendo endereço, nomes, telefones e até o Brasãoda República. Em alguns casos, segundo a  nota divulgada pela PF, os acusadosfaziam “grande pressão psicológica”, induzindoo empresário a acreditar que, caso não contribuísse,poderia ser fiscalizado pelo Fisco.Integrantes do grupo criminoso usavam até mesmo os nomes da Controladoria-Geral da Uniãoe da receitas Federal e Estadual,  órgãos em que osfalsos presidentes das associações de classe diziam trabalhar. A PFinformou os nomes utilizados para a prática docrime: Neide de Araújo Mendonça, Armando Thales Amaral,Ronaldo Braga Linhares e William Dantas.Asvítimas faziam pagamentos em dinheiro ou em cheque em valoresque variavam entre R$ 1 mil  e R$ 7 mil. Durante os três mesesde investigação, foi identificada a tentativa deaplicação do golpe em mais de 100 empresas comerciais.A PF calcula que a quadrilha pode ter obtido êxito em 30% doscasos.Apóso início das investigações, foi constatado queos acusados já vinham aplicando os mesmos golpes hámais de quatro anos e que eles se dedicavam de maneira exclusiva erotineira às fraudes.Onome da operação – Stellio – faz referência, em latim, a uma espécie de lagarto que muda de corpara passar despercebido por predadores. A denominação também remete à origem da palavra estelionatário(stellio + onis).