MST denuncia polícias militares, Judiciário, mídia e Congresso para comissão da OEA

06/11/2009 - 17h50

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Movimento dosTrabalhadores Rurais Sem Terra (MST) denunciou à ComissãoInteramericana de Direitos Humanos, órgão daOrganização dos Estados Americanos (OEA), o que considera ser um processo de repressão e criminalização da lutados trabalhadores rurais pela reforma agrária no país.A denúncia foi apresentada ontem (5) pelo integrante dacoordenação nacional do MST João PauloRodrigues, em audiência realizada em Washington, em parceria com o Centro pela Justiça e o DireitoInternacional (Cejil) e com a Comissão Pastoral da Terra (CPT).Em seu pronunciamento,  Rodrigues acusou as polícias militaresestaduais, setores do Judiciário, meios de comunicaçãoe o Congresso de perseguição aos trabalhadores rurais que lutam pela reforma agrária. O Legislativo, segundo ele, age contra o movimento dos sem-terra principalmente por meio da bancadaruralista em Comissões Parlamentares deInquérito (CPIs), “um espaço ideológico, quepretende paralisar a reforma agrária e desgastar o MST,acusado de violência até terrorismo”, afirmou.A CPI instalada no mêspassado para investigar o repasse de recursos ao MST é aterceira envolvendo o movimento nos últimos quatro anos.Segundo Rodrigues, esta última foi criada como forma derepresália ao anúncio do governo federal de atualizar os índices de produtividade. O Judiciário foiacusado de ter “uma relação promíscua com aselites locais e com o latifúndio”, além de seposicionar contra a reforma agrária e também fazerperseguição com o apoio do Ministério Público.O integrante do MST disse ainda que os “meios de comunicaçãoda burguesia” são parciais e fazem campanha contra as lutassociais. Ao fim de sua fala,Rodrigues disse que “é importante a comunidade internacionalde direitos humanos acompanhar de perto a situaçãopolítica que estamos vivendo no Brasil".Procurada pela Agência Brasil, a Procuradoria-Geral da República informou que "o Ministério Público Federal não é contra movimento social de qualquer natureza e que suas ações são fruto de investigação de irregularidades quechegam ao órgão".