Diretor-geral da PF acha temerário dar poder de polícia às Forças Armadas

06/11/2009 - 17h51

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
Fortaleza - O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, encarou como temerário se dar poder de polícia para as Forças Armadas, o que está previsto no Projeto de Lei Complementar nº 97. Hoje (6), em Fortaleza, logo após palestra no 4º Congresso Nacional dos Delegados da Polícia Federal, Corrêa afirmou que não se trata de “uma visão corporativa”. Para ele, os papéis de cada poder devem estar bem definidos na Constituição. “Temos que ver como se dará esse debate. Se isso vira lei, tudo bem. Mas entendemos que é temerário até porque temos que ter papéis constitucionais bem definidos. Não se pode confundir segurança externa com segurança interna”, afirmou ele.Corrêa destacou que a discussão principal com relação a essa questão é de conceito, não de preparação, já que os militares poderiam ter treinamento para a repressão de crimes comuns.“Precisamos ter em mente que é o próprio conceito policial que está sendo discutido e um dos pontos é a militarização e desmilitarização", disse. "O que se procura é uma policia em que tenhamos capacidade de força, mas em que se tenha como regra de atuação a proximidade, a relação com o cidadão, baseada em inteligência e análise criminal. Jamais com o conceito de força e imposição.”