Recibo motiva pedido de vista e Supremo suspende julgamento de senador Azeredo

05/11/2009 - 19h20

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) José Antônio Dias Toffoli pediuvista do processo conhecido como mensalão mineiro. Toffoli disse quejá havia preparado seu voto, no entanto, não havia observado o recibono valor de R$ 4,5 milhões, que comprovaria que o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG)teria recebido dinheiro do publicitário Marcos Valério.“Essedocumento me chama atenção porque eu preparei um voto, não vou revelaraqui minha posição, mas o substancioso voto trazido aqui por Vossa Excelência neste momento me chama atenção porque é o único documentoque leva a uma vinculação material do acusado Eduardo Azeredo”,destacou o ministro.Devido ao pedido de vista, a sessão foiencerrada há pouco sem que os demais ministros se manifestassem sobreo relatório de Joaquim Barbosa. Caso a maior parte dos ministros acolhao voto do relator, que aceita as denúncias de peculato e lavagem de dinheiro contra o senador, Azeredo será considerado réu no processo.Hojepela manhã, Azeredo afirmou que o recibo é falso. No entanto, o relatordo processo no STF, ministro Joaquim Barbosa afirmou que uma análise doInstituto Nacional de Criminalística apontou a autenticidade dasassinaturas e do próprio documento. No processo, Azeredo éacusado pela Procuradoria-Geral da República de desvio de recursospúblicos e lavagem de dinheiro, irregularidades que teriam ocorridodurante campanha de Azeredo à reeleição ao governo de Minas Gerais, em1998.O processo também envolve outras 38 pessoas, entre elas, opublicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, que figura como pivô deum esquema semelhante que teria sido usado pelo Partido dosTrabalhadores (PT) e denunciado em 2005 pelo então deputado RobertoJefferson (PTB-RJ).O esquema tucano teria arrecadado, de acordocom a denúncia, mais de R$ 100 milhões, com desvio de verbas deestatais e empréstimos bancários. Oficialmente, a campanha de Azeredocustou R$ 8 milhões.