Comissária da ONU vai ao Morro Santa Marta quando política de confrontos do Rio é criticada

05/11/2009 - 18h14

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A visita ao Brasil da alta-comissária da Organização das NaçõesUnidas (ONU) para Assuntos de Direitos Humanos, Navanethem (Navi)Pillay, começará pelo Rio de Janeiro e no momento em quemovimentos sociais lideram manifestações contra apolítica de confrontos adotada pelo governo fluminensena tentativa de conter a violência e o tráfico de drogasnas comunidades populares. A iniciativa daSecretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro gerapolêmicas. A representante da ONU chega na próxima semana e vai conversar com os moradores do Morro Santa Marta, em Botafogo. O local foi uma das primeiras comunidades ocupadas pelapolícia do Rio de Janeiro com o objetivo de reprimir o tráfico de drogas. Durante a ação para expulsar os traficantes e ocupar o morro, várias pessoas foram mortas.Pillay irátambém a Salvador (BA) e Brasília (DF). Em Salvador, a alta-comissária da ONU visitaráa comunidade quilombola Jatimane e, em Brasília, manterá encontros com autoridades públicas erepresentantes de organizações nãogovernamentais.Navanethem (Navi) Pillay ficará no Brasil de 7 a 13 denovembro. Um dos esforços é para marcar uma agendaentre a representante da ONU e o presidente Luiz Inácio Lulada Silva, além dos ministros de RelaçõesExteriores, Celso Amorim, da Justiça, Tarso Genro, e deDireitos Humanos, Paulo Vannuchi.No dia 11, Pillay participado 4º Seminário Nacional do Programa de Proteçãoaos Defensores dos Direitos Humanos e da assinatura de um acordo quepretende ampliar a cooperação entre o governo do Brasile o escritório do Alto-Comissariado das NaçõesUnidas para Direitos Humanos.O objetivo do acordo édefinir marcos inéditos de cooperação,orientando ações e responsabilidades por parte doBrasil, das Nações Unidas e de governos de paísesinteressados em aumentar a proteção aos direitoshumanos. É a primeira vez que Pillay estará noBrasil. A visita da representante da ONU ocorrerá na ocasiãodo encontro bilateral do presidente de Israel, Shimon Peres. Críticada posição israelense em relação aoconflito com os palestinos, Pillay afirmou, em mais de umaoportunidade, que houve violações por parte do governode Israel. Pillay também apelou pelo fim do bloqueio e queseus responsáveis sejam responsabilizados. De acordo com ela,há “numerosos relatos” de ataques do Exércitoisraelense contra civis palestinos.Em outubro, no aniversáriode 60 anos da criação da República Popular daChina, Pillay defendeu a autonomia do Tibet. Incisiva, arepresentante da ONU tem uma biografia que registra váriasvitórias, como o fato de ter sido a primeira mulher nãobranca a compor a Corte Suprema da África do Sul.