Azeredo nega envolvimento em "mensalão mineiro"

05/11/2009 - 13h11

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Opresidente da Comissão de Relações Exteriores,Eduardo Azeredo (PSDB-MG), disse na reunião do colegiado quenão há qualquer documento que confirme o uso derecursos de caixa dois na sua campanha à reeleiçãoao governo de Minas Gerais, em 1998. O episódio ficouconhecido como mensalão mineiro.Opresidente do colegiado disse aos senadores que, na época, nãoautorizou qualquer ação neste sentido e que aguarda o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF). Ontem (4), oministro-relator da matéria, Joaquim Barbosa, aceitou parte dadenúncia contra Azeredo acusado pelo Ministério Públicode peculato e de lavagem de dinheiro.Azeredonão teria registrado recursos usados nas contas da campanha emum suposto esquema que envolveu a empresa de publicidade SMP&B, depropriedade de Marcos Valério. Barbosa disse ter identificadovários indícios da existência de peculato (desviode recursos por funcionários públicos), cometido pelosenador.Oparlamentar destacou que existe recibo no valor de R$ 4,5 milhõesassinado por ele “que simplesmente é falso”. Esse recibo,de acordo com Eduardo Azeredo, faz parte de um processo movido porele há dois anos contra Nilton Monteiro, a quem acusou de“estelionatário”. “NiltonMonteiro, é o homem que lançou a lista de Furnas e quer imputarmalfeitos a homens públicos. Quero reiterar que me submetereià decisão do Supremo Tribunal Federal”, completou osenador. O julgamento interrompido ontem e será retomadohoje (5) à tarde.Em 2005,Monteiro apresentou a Polícia Federal uma lista com o nome de156 políticos de 12 partidos que teriam recebido doaçãoilegal, por meio de caixa dois da estatal Furnas Centrais Elétricaspara campanhas eleitorais de 2002. A maioria dos parlamentarescitados era da base governista do então presidente FernandoHenrique Cardoso e do então candidato ao governo paulistaGeraldo Alckmin.O episódioocorreu durante a investigação da CPMI dos Correios queapurou a participação de partidos de apoio ao governoLula na compra de votos de parlamentares. As investigaçõeslevaram a abertura de processos contra 40 autoridades e empresários,entre eles Marcos Valério, proprietário das empresas depublicidade SMP&B e DNA e que também estaria envolvido como "mensalão mineiro".EduardoAzeredo disse também, logo após a reunião docolegiado, que Nilton Monteiro, além de acusado por ele éalvo de processos de várias empresas e que isso serviu deprova ao ministro Joaquim Barbosa. “Quero trazer a minha indignaçãoporque isso é um recibo falso, que nunca assinei, mas que éutilizado de prova na peça acusatória.”Quanto aopatrocínio de R$ 500 mil do Banco do Estado de Minas Gerais(Bemge) a uma competição de Iron Biker e ao Mundial deMotocross, que teria sido feito pela SMP&B, o senador disse que desconhecia o assunto. “Fiquei sabendo noano passado sobre o patrocínio do Bemge. Não autorizeios patrocínios mencionados e o recibo da SMP&B éfalso.”