Deputado Paulo Roberto deve ser investigado pelo Conselho de Ética

04/11/2009 - 19h38

Ivan Richard e Iolando Lourenço
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Acomissão de sindicância da Corregedoria da Câmara aprovou hoje (4), porunanimidade, o encaminhamento ao Conselho de Ética de representaçãocontra o deputado Paulo Roberto (PTB-RS) por indícios de manter em seugabinete pelo menos dois funcionários fantasmas. Caberá, agora, à MesaDiretora, que se reúne amanhã (5), pela manhã, acatar ou não arecomendação da Corregedoria.De acordo com o corregedor esegundo-vice presidente da Câmara, Antonio Carlos Magalhães Neto(DEM-BA), a comissão não identificou indícios de participação do parlamentar em irregularidades na comercialização de passagens aéreas comrecursos da cota destinada aos deputados. No entanto, a investigaçãoapontou que Paulo Roberto manteve em seu gabinete funcionários sem acomprovação de que eles realmente trabalhavam.“Não ficou claroqual era a função dessas pessoas no gabinete nem se essas pessoasrecebiam de fato salário ou que destino davam ao salário que recebiam”,afirmou ACM Neto. “Como muitos indícios foram verificados o Conselho deÉtica precisa verificar se eles são comprováveis e, portanto, se há aquebra de decoro, ou se o parlamentar está dizendo a verdade e nãohouve irregularidade”, completou o corregedor.ACM Netoacrescentou que, segundo o relatório da comissão de sindicância, odeputado gaúcho exonerou seu chefe de gabinete, Luiz Gustavo, e em seulugar colocou dois filhos. “Eles ficaram lotados no gabinete sem adevida comprovação de que estavam trabalhando”, reforçou o corregedor.Acomissão de sindicância foi criada, há cerca de dois meses, parainvestigar denúncias de venda irregular de passagens aéreas pelosdeputados Paulo Roberto e Eugênio Rabelo (PP-CE). O colegiado nãoencontrou, segundo ACM Neto, nenhuma irregularidade no uso da verba depassagens.Em relação a Eugênio Rabelo, a sindicância nãoencontrou provas de que ele tenha cometido irregularidades. Comisso, a comissão aprovou o arquivamento das investigações contra oparlamentar.Hoje, o corregedor pediu ao presidente da Câmara,Michel Temer (PMDB-SP), a prorrogação dos trabalhos da comissão paracontinuar as investigações sobre o episódio que ficou conhecido como farra das passagens. Segundo ACM Neto, não é possível afirmar quantos equais deputados serão investigados.