Protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul só será votado se houver certeza de aprovação

03/11/2009 - 17h48

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A base aliada do governo federal sócolocará o protocolo que determina a adesão daVenezuela ao Mercosul em votação amanhã (4), noplenário do Senado, se houver garantia de quórumqualificado. Na prática significa que o texto só iráà votação com a certeza dos governistas de quea maioria dos senadores presentes votaráfavoravelmente à proposta. Para aprovar a medida, énecessário apenas a maioria simples, ou seja, a maior parte dossenadores no plenário apoiando a proposta.Docontrário, os governistas intensificarão as negociaçõespara levar o tema a plenário no próximo dia 12(quarta-feira da semana que vem). A ideia é assegurar avotação até o dia 15 – cumprindo o prazofixado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durantereunião com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, nasemana passada.Porém, mesmo com a aprovaçãodo governo do Brasil à adesão da Venezuela ao blocoeconômico, o país vizinho ainda não seráintegrado ao Mercosul. É que o governo do Paraguai adiou para2010 a discussão. Sem apoio no Congresso, o presidenteparaguaio, Fernando Lugo, preferiu retirar o assunto da discussãoe adiar o debate.A estratégia da base aliada éapenas uma tática de segurança, uma vez que osgovernistas têm maioria para aprovar a proposta. Mas aoposição, liderada pelo PSDB, promete dificultar aaprovação do protocolo em plenário. Algunsintegrantes do PMDB, como o presidente do Senado, José Sarney(PMDB-AP), votam com a oposição – contrário aoingresso da Venezuela ao bloco.  Para os oposicionistas,o presidente Hugo Chávez não cumpre a cláusulados princípios democráticos, contrariando a regrabásica do Mercosul. Já os governistas defendem que aadesão da Venezuela ao Mercosul deve ser analisada sob o pontode vista econômico.  Na última quinta-feira(29), a Comissão de Relações Exteriores doSenado aprovou, por 12 votos a 5, o protocolo de adesão da Venezuela aoMercosul. Anteriormente à votação, foi colocadoem discussão o relatório do senador Tasso Jereissati(PSDB-CE) - que foi rejeitado pelos senadores.