Impasse político sobre a recondução de Zelaya está nas mãos do Congresso

03/11/2009 - 7h22

Fernando Freire
Enviado Especial
Tegucigalpa (Honduras) - Os apoiadores do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya,começaram hoje(3) uma vigília em frente ao Congresso e dizem que de lá sóvão sair quando os deputados votarem a recondução ao cargo.Um dos manifestantes, Juan Vásquez, afirmou que “os deputados têm aobrigação de devolver a credibilidade ao povo”.A polícia hondurenha montou no local um cordão deisolamento para impedir o acesso ao prédio. Mas, em dias normais, amaioria dos 128 deputados não vai ao Congresso porque está em campanhapela reeleição. Com dificuldade de quórum para a votação emcurto prazo, Zelaya fez um apelo à  comunidade internacionalpara que fiscalize o cumprimento do acordo. Ele já deixou claro que só sevoltar ao poder, vai reconhecer o governo de unidade e reconciliaçãonacional, previsto para ser formado nesta quinta-feira(5). "Sempre, nesses acordos, existe a possibilidade de manipulação, dejogos obscuros, contra os quais devemos nos manter alertas até o seucumprimento", afirmou o presidente deposto.Osrepresentantes do governo golpista sinalizaram que não há pressa paraa votação e que Roberto Micheletti vai se encarregar de criar o governode transição. O secretário de Assuntos Políticos da Organização dosEstados Americanos (OEA), Victor Rico, confirmou que não há prazo para avotação sobre a recondução de Zelaya. “Não há limite fixo para osprocedimentos do Congresso. Ele terá o tempo necessário para tomar uma decisão”, disse Rico.Enquantoo impasse político em Honduras gira agora em torno do Congresso, acomissão da OEA que vai fiscalizar a execução do acordo começa atrabalhar nesta terça-feira(2). Está prevista a chegada dos dois representantes internacionais quevão integrar a comissão: o ex-presidente do Chile Ricardo Lagos e asecretária de Trabalho dos Estados Unidos, Hilda Solis. A comissão terá ainda um representante dos governos golpista, Arturo Corrales, e deposto, Jorge Reina.