Lula decide amanhã sobre proposta brasileira na Conferência do Clima

02/11/2009 - 11h43

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo brasileirodeve decidir amanhã (3) quanto o país está disposto a reduzir dasemissões nacionais de gases de efeito estufa. O número seráapresentado pela delegação brasileira na Conferência das NaçõesUnidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), em Copenhague, daqui apouco mais de um mês.

A primeira reunião, em meados deoutubro, terminousem consenso após apresentação de três propostas, uma doMinistério do Meio Ambiente, uma do Ministério de Ciência eTecnologia e outra do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas. Naocasião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que os textosfossem agrupados e hoje (2) deve bater o martelo sobre a posiçãobrasileira na COP-15.

O único ponto definido até agora éo objetivo de reduzir o desmatamento da Amazônia em 80% até 2020. OMinistério do Meio Ambiente defende defende redução de 40% dasemissões até 2020. Os ministérios da Ciência e Tecnologia e dasRelações Exteriores – encarregado da negociação diplomática –têm ressalvas a compromissos mais ousados sem que haja contrapartidaà altura por parte dos países desenvolvidos.

O ministro do Meio Ambiente, CarlosMinc considera um cenário de crescimento do Produto Interno Bruto(PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país) de 4% aoano. A pedido da ministra Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil, Mincdeve apresentar duas opções com crescimento de 5% e 6%. Noentanto, quanto maior o PIB, maiores as emissões, o que deve exigiresforços maiores de setores como energia e indústria para garantirqueda na ordem de 40%.

Organizações ambientalistas e dasociedade civil e até empresários têm pressionado o governo paraque o Brasil leve uma proposta ambiciosa a Copenhague para pressionarpaíses ricos a assumirem compromissos maiores.

Na conferência, os 192 paísesmembros da Organização das Nações Unidas (ONU) terão que chegara um consenso sobre o novo acordo global para complementar oProtocolo de Quioto pós-2012. A negociação – que anda travada –é para ampliar metas obrigatórias para os países ricos, incluir osEstados Unidos no regime de controle de emissões de gases estufa edefinir compromissos mais efetivos para grandes emissores emdesenvolvimento, como Brasil, China e Índia.

Além de Minc e Dilma, participam dareunião com o presidente Lula os ministros da Ciência e Tecnologia,Sergio Rezende, e das Relações Exteriores, Celso Amorim, erepresentantes do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas.