Especialistas defendem mais envolvimento de países em ações para reduzir emissão de gases

01/11/2009 - 18h22

Da Agência Brasil

Brasília - A15ª. Conferência das Partes sobre o Clima (COP-15),que será realizada em dezembro deste ano, em Copenhague, só seráproveitosa se os países participantes mostrarem interesse emapresentar suas propostas para a redução das ações que vêm causando as mudanças climáticas globais. A afirmação foi feita pela secretária de Assuntos Climáticos da Embaixada da Dinamarca no Brasil, Tine Lundi,em palestra na Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Asecretária lembrou que o Brasil, um dos países que mais desmatam,já anunciou a meta de reduzir em 80% o desmatamento na Amazônia atéo ano 2020. Para ela, a COP-15 será um ponto de partida para queoutros países se envolvam na luta pela redução das mudanças noclima. Naconferência de Copenhague, os 192 países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) participantes buscarão umnovo acordo mundial para reduzir as emissões de gasescausadores de efeito estufa, principais responsáveis pelasalterações do clima global, entre as quais o superaquercimento oplaneta. Onovo acordo vai substituir o Protocolo de Quioto, que expira em 2012.Professordo curso de Relações Internacionais da Universidade de Brasília(UnB) e considerado um dos maiores especialistas em meio ambiente noBrasil, Eduardo Viola citou, na palestra, as várias causas dosimpactos climáticos, como as altas quantidades de carbono emitidaspor muitos países, o desmatamento e as queimadas, entre outros. Eledestacou, no entanto, que o Brasil está mudando gradualmente depostura em benefício do meio ambiente. “Uma vantagem do Brasil éo uso do etanol que polui menos que a gasolina”, disse ele.Deacordo com Viola, outro fator importante é a iniciativa do governode conscientizar a população sobre o assunto. “A redução do IPI[Imposto sobre Produtos Industrializados] para produtos commenor emissão de gases é um bom exemplo”, afirmou o professor. TantoTine Lundi quanto Eduardo Viola destacaram que o tema mudançasclimáticas é relevante e precisa ser tratados por todas aseditorias de jornais e outros veículos de comunicação. Além domeio ambiente, as alterações do clima envolvem áreas comoeconomia, segurança e política, ressaltaram os especialistas. TineLundi disse, inclusive, que na Dinamarca todas as editorias falamsobre o tema. “Há cinco anos a imprensa abriu os olhos para aimportância da abordagem do clima. Vejo o Brasil hoje, como aDinamarca há cinco anos”, afirmou.