Sobreviventes tiveram cinco minutos para sair de avião que fez pouso forçado na Amazônia

31/10/2009 - 14h34

Ivan Richard
Enviado Especial
Cruzeiro do Sul (Acre) - Os sobreviventes deacidente com o avião da Força Aérea Brasileira (FAB), que fez um pouso emmeio à Floresta Amazônica na última quinta-feira (29), contaramque tiveram cerca de cinco minutos para deixar a aeronave antes queela afundasse no Rio Ituí. De acordo com relato dofilho de um dos sobreviventes, Marineu Cardoso, que passou a noitecom a mãe no hospital de Cruzeiro do Sul, os passageiros do CessnaC-98 Caravan conseguiram deixar rapidamente o avião. “Em aproximadamentecinco minutos, o avião começou a afundar. Alguns entraram empânico”, descreveu Marineu à Agência Brasil,acrescentando que sua mãe contou que o piloto teve muita habilidadepara pousar a aeronave.Segundo ele, que só não embarcou no avião da FAB porque oorçamento da Operação Gota havia acabado, sua mãe contou que elesconseguiram sobreviver após o acidente se alimentando comsuprimentos do próprio avião.“Eles passaram pormuita aflição, mas o piloto ajudou muito na preparação dospassageiros. Ele informava todo o tempo que a aeronave estava comproblemas e iria fazer um pouso forçado. Eles ficaram na margem dorio e pegaram mantimentos da aeronave que boiavam pelo rio. Eles seajudaram e conseguiram sobreviver”, acrescentou.Cardoso disse ainda queuma índia que estava caçando próximo ao local do acidente viu oavião voando baixo e, em seguida, não ouviu mais o barulho doaparelho. Com isso, voltou para a aldeia e avisou a Funai. “Issoajudou muito. Foi uma das peças-chave para localizar a aeronave”.O agente de saúdeafirmou que, junto com um parente de uma das vítimas, chegou aorganizar a logística para entrar na mata e ajudar na busca porsobreviventes. No entanto, desistiu do plano quando foi anunciado oresgate.Ele disse que viveumomentos de angústia. “No início, chorei bastante. Mas depoistentei me manter forte. Chegamos a preparar a logística para ajudarnas buscas, mas, felizmente, eles foram encontrados.”