BC espera que resultado fiscal melhore até o fim do ano

30/10/2009 - 13h16

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ao comentar o resultado fiscal do país em setembro, que apresentou deficit de RS 5,763 bilhões, o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), AltamirLopes, disse que a expectativa é de que os números convirjam para a meta nos próximos meses.O resultado primário éa diferença entre as receitas e as despesas e é uma forma dereserva que o governo faz honrar seus compromissos financeiros, comoo pagamento de juros da dívida pública. O resultado divulgado hoje (30) foi o pior resultado para meses desetembro da série histórica iniciada em dezembro de 2001Segundo Lopes, oresultado negativo “elevado” deve-se à queda nas receitas dogoverno, quando se compara com agosto, além da elevação dasdespesas com investimentos e o pagamento de 50% do décimo terceiro salário deaposentados e pensionistas. “O quese espera daqui para frente são resultados melhores”. A meta do governo éfechar 2009 com superavit primário de 2,5% do Produto Interno Bruto(PIB), com a possibilidade de abater os gastos com investimentosdesse percentual. Assim, a meta fica em 1,56% do PIB. Segundo osdados do BC, nos 12 meses fechados em setembro esse percentual está em1,17%, o pior desde dezembro de 2001. De acordo com Lopes,apesar do cenário ruim, a expectativa é de melhora da arrecadaçãonos próximos meses, “em linha com um nível da atividade econômicomais forte”. Lopes lembrou que oabatimento dos investimentos do resultado primário “é umaprerrogativa que o governo tem”. Ontem, o secretário do TesouroNacional, Arno Augustin, admitiu, pela primeira vez, que o governopoderá fazer esse abatimento.Lopes evitou falarsobre o aumento dos gastos do governo, uma vez que essa é umaanálise que deve ser feita pelo Tesouro Nacional. “Vai arrecadarmais com certeza. [Quanto a ]gastar menos, não sei até que ponto sepode reduzir. Isso é uma avaliação do Tesouro Nacional”. Ele argumentou que quando se compara a situação fiscal do Brasil com outros paísesdo mundo, a situação brasileira “não é tão pior”. Lopes também informou que a dívida líquida do setor público deve voltar a subir neste mês.  Em setembro,a dívida chegou a R$ 1,325 trilhão, valor que corresponde a 44% doProduto Interno Bruto (PIB), soma dos bens e serviçosproduzidos no país. Para outubro, a projeção é de 45,1% do PIB. Entretanto, até o final do ano esse percentual deve cair e chegar em dezembro a44,2%. Ao final de 2010, esse indicador deve cair para 40,9%. Aprojeção é feita com base na meta de superavit primário com descontodos investimentos , ou seja, 1,56% do PIB.