Dermatologistas discutem mudança de classificação do protetor solar para medicamento

29/10/2009 - 17h19

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - A alteração de classe do protetor solar de produto estético é uma daspropostas dos profissionais de saúde reunidos em Curitiba, no 18ºCongresso Brasileiro de Cancerologia. Os médicos querem que o protetor solar passe para aclasse de medicamentos para combater o câncer de pele. O câncer de pele é otumor com maior incidência no Brasil, correspondendo a 25% de todos ostumores malignos. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer,foram registrados 115 mil novos casos de câncer de pele no país em 2008. Segundoo cancerologista Marcos Montenegro, os participantes acreditam que épossível obter redução na incidência de câncer de pele não melanoma, apartir da alteração de classe farmacêutica do protetor solar, bem comomudança de hábitos e comportamentos da população. “Partimos da premissade que o uso de protetores solares é um fator preventivo nesse tipo deneoplasia, já que existe a correlação entre a exposição solar e aincidência”.Estudos científicosapresentados no encontro, mostram que a maioria dos casos de câncer depele, no Paraná, atinge a população com renda mais baixa, e é alta aincidência da doença em trabalhadores rurais No Serviço de Pele eMelanoma do Hospital Erasto Gaertner, de Curitiba, foram entrevistados 185 pacientes, no período de dezembro de 2007 a marçode 2008, que apresentaram diagnóstico confirmado de câncer de pele. Nessa amostra, 83,78% das pessoas eram analfabetas ouapresentavam ensino fundamental incompleto e 72,43% trabalhavamna lavoura. Apenas 6,49% usavam bloqueador solar, conforme asorientações da Sociedade Brasileira de Dermatologia.“Osresultados colhidos na pesquisa e a pouca disponibilidadefinanceira da população pesquisada é que nos leva a pedir que o governoaltere a denominação do bloqueador solar de produto estético para ogrupo de medicamentos”, disse Montenegro.Segundo a Sociedade Brasileira de Cancerologia, que promove o encontro, dois milmédicos participam do evento, onde serão apresentados 753 trabalhos científicos. Os estudos tratam das inovações no tratamento e cirurgia de pacientes com câncer. Segundo o presidente do congresso, Luiz Antonio Negrão Dias, a doença é a segunda causade morte no Brasil , depois de doenças cardiovasculares. “E a partir doano 2020 será a primeira causa tanto no Brasil como no mundo”.