Copom: queda do estresse nos mercados financeiros se manteve em setembro e outubro

29/10/2009 - 11h05

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os meses de setembro e outubro foram marcados pela continuidade daredução do “estresse” dos mercados financeiros internacionais.A informação consta da ata da reunião do Comitê de PolíticaMonetária (Copom), realizada nos dias 20 e 21 deste mês. A reuniãoanterior foi realizada em setembro.Para o comitê, açõesgovernamentais inéditas nas economias maduras, como a dos EstadosUnidos, que usaram vários instrumentos para assegurar condiçõesmínimas de funcionamento e liquidez [recursos disponíveis]nos mercados, “continuam moderando a percepção de riscosistêmico”. Esse risco ocorre quando a dificuldade de um banco emacertar suas contas com os demais provoca um efeito em cadeia, ouseja, crise em todo o sistema financeiro.“Nesse ambiente,seguem sendo registrados sinais de redução na aversão ao risco,como evidenciado pelo comportamento dos mercados acionáriosinternacionais, embora esse processo continue sujeito a reversões”.Mesmo assim, diz a ata,“a tendência de diminuição da aversão ao risco e da escassez defluxos de capitais, bem como certa preocupação entre osinvestidores quanto à situação fiscal nos Estados Unidos daAmérica, continuou ensejando movimento de recuperação de moedas,de economias emergentes e maduras, ante o dólar americano”.No documento o BCconsidera que a “visão atualmente dominante aponta para contraçãoda economia mundial em 2009, com recuperação em 2010”.O BC também afirma queperspectiva de deflação nas economias maduras vem recuando e háredução da inflação em diversas economias emergentes.“Nesse contexto, apósum período de flexibilização agressiva [dosjuros básicos], a política monetária, em um númerosignificativo de países, parece ter entrado em fase de estabilidadee, em alguns casos, de remoção de estímulos introduzidos noperíodo mais agudo da contração internacional, ao passo que oaumento do endividamento do setor público impõe limites ao escopode eventuais estímulos fiscais adicionais”.