Comissão do Senado desiste de visita oficial à Venezuela

29/10/2009 - 0h28

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Comissãode Relações Exteriores do Senado desistiu hoje (29) deenviar cinco senadores para uma visita oficial à Venezuelaenquanto houver a controvérsia sobre a participaçãodos venezuelanos no Mercosul. A proposta era que a comissãoparlamentar verificasse in loco a situaçãopolítica, econômica e social do país vizinho paraanalisar a possibilidade de adesão da Venezuela ao blocoeconômico.Ossenadores desistiram da visita ao país vizinho porque venceu oargumento de que a presença dos parlamentares brasileirospoderia representar uma espécie de ingerência emassuntos internos na Venezuela. Mas os parlamentares definiram quefuturamente esta visita oficial poderá ser realizada – o quedeve ocorrer depois da decisão do Congresso brasileiro sobre oingresso dos venezuelanos no Mercosul. “Nãoestamos aqui discutindo fatos internos da Venezuela”, afirmou olíder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). Deacordo com senador Pedro Simon (PMDB-RS), a presença dossenadores na Venezuela seria interpretada pelos locais como umainterferência direta em temas próprios do paísvizinho. Os senadores José Agripino Maia (DEM-RN) e TassoJereissati (PSDB-CE) rebateram os argumentos de Jucá e Simon.“Eu nãoconsidero irrelevante que nós deixemos de ver o que estáacontecendo na Venezuela hoje. O próprio prefeito de Caracas,Antonio Ledezma [que esteve anteontem na comissão],disse que é favorável, com ressalvas concretas. Se oque metade do prefeito disse for verdade, seria uma violaçãoclara de toda tradição da política externabrasileira”, disse o tucano.Opresidente Luiz Inácio Lula da Silva estará hoje nofinal da tarde na Venezuela. Lula e Chávez se reunirão,inicialmente, em Caracas e depois na cidade de El Tigre, na parteoriental venezuelana. Eles vão participar da primeira colheitade soja plantada com apoio de tecnologia brasileira.Para aoposição, a Venezuela não deveria ser integradaao Mercosul, porque Chávez teria imposto um regimeantidemocrático no país. No entanto, os governistasdefendem que a sociedade e o país não podem ser punidosem decorrência do perfil político de um governante que étransitório – uma vez que as eleições permitema variação de autoridades no poder.