Tarso defende ocupação policial de áreas controladas pelo crime no Rio de Janeiro

28/10/2009 - 16h03

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Justiça, Tarso Genro, defendeu hoje (28) a ocupação policial de áreas atualmente controladas pelo crime organizado no Rio de Janeiro. Ressaltou, no entanto, que a ação [de ocupação] deve ser combinada com projetos de natureza preventiva.

"Se dissermos que vamos cercar as favelas para impedir que drogas e armas entrem na comunidade, estaremos passando à população [a idéia de] algo impossível de ser entregue. Esse cerco tem que ser feito, mas tem que ser permanente. O trabalho policial estadual é fundamental, mas a permanência de serviços e da força pública também são fundamentais, e se não tivermos uma visão global estaremos apenas tomando medidas paliativas", afirmou o ministro. 

O combate à criminalidade na capital fluminense, segundo Genro, tem que ser “modelar, já que a cidade, por sua importância simbólica, se constitui em um foco importantíssimo para a execução de ações de segurança pública".

“O Rio de Janeiro é um foco importantíssimo não só pela realização das Olimpíadas, mas por sua representatividade”, disse o ministro durante audiência na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Violência Urbana da Câmara dos Deputados, onde falou sobre as ações e os investimentos em segurança pública do governo federal no Rio de Janeiro. 

Tarso Genro informou que o governo federal já repassou, desde 2005, cerca de R$ 700 milhões para investimentos em segurança em todo o estado. Alertou, no entanto, que a violência não é uma particularidade do Rio de Janeiro, acrescentando  que se não for corretamente combatida, se espalhará por muitas outras regiões metropolitanas, "como já acontece".  

“Em algumas regiões metropolitanas isso já ocorre, como em zonas inteiras de pistolagem na Região Nordeste, onde há uma situação tão dramática ou pior que a do Rio de Janeiro, mas que como não tem a mesma visibilidade política, os problemas passam despercebidos”, declarou o ministro.