Lula defende busca de ponto de equilíbrio para o câmbio no Brasil

28/10/2009 - 15h07

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente LuizInácio Lula da Silva disse hoje (28) que é preciso encontrar umponto de equilíbrio para a cotação do dólar, em que o real nãoseja muito valorizado, nem muito desvalorizado. Ele não soubeinformar qual seria o valor ideal para o câmbio.“Nesses sete anos de governo, tive a seguinteexperiência: entra importador na minha sala querendo que o dólaresteja o mais barato possível. Sai o importador e entra oexportador, que quer o dólar o mais alto possível. Ora, qual é opapel do governo? Estabelecer um certo equilíbrio”, afirmou.Segundo o presidente, para tentar frear a queda damoeda norte-americana em relação à brasileira, estão sendotomadas medidas como a compra de dólares pelo Banco Central e ataxação das aplicações estrangeiras no Brasil pelo Imposto sobreOperações Financeiras (IOF).“Nós temos consciência de que a entrada demuito dólar no Brasil, de forma exagerada, pode baixar muito o preçodo dólar e sobrevalorizar o nosso real. Isso dificulta a exportaçãoe facilita a importação. A gente vai ter deficit na balançacomercial e, portanto, pode ter deficit na conta corrente, oque não é bom para o país”, acrescentou o presidente.Lula disse que o Brasil se tornou a “bola davez” no cenário econômico internacional e que, por isso, épreciso tomar cuidado para que o país não fique à mercê daespeculação financeira. “Ou seja, daquele cidadão que, paraganhar um pouco de dinheiro, vem ao Brasil, coloca um monte de dólare, 30 dias depois, tira o dólar.”O presidente não quis dizer se será prorrogada apolítica de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados(IPI) para eletrodomésticos da linha branca, como fogões egeladeiras, que se encerra no próximo sábado (31). Segundo ele,isso passará por uma avaliação do Ministério da Fazenda, quetomará a “decisão na hora certa”.Lula fez também críticas aos juros praticadospelos bancos brasileiros com seus cartões de crédito e chequesespeciais. “Essa é uma briga minha que aumentou depois da criseeconômica, porque o spread bancário[diferença entre a taxa de captação e a cobrada dos clientes nahora do empréstimo] aumentou. Já conversei isso com o Meirelles[Henrique Meirelles, presidente do Banco Central] e com oGuido Mantega [ministro da Fazenda], e é um trabalho que nóstemos que fazer para reduzir o spread bancário no Brasil, quecontinua muito alto.”