Feira de produtos orgânicos reflete crescimento do setor

28/10/2009 - 20h43

Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Aexpansão do mercado de produtos orgânicos no Brasil se reflete nocrescimento da Biofach, uma das maiores feiras do ramo, aberta hoje(28), em São Paulo. Segundo a coordenadora do evento, Rosina Cordeiro, a primeiraedição da feira, em 2003, contou com 80 expositores,número que chegou a 300 este ano.“Antigamente, ninguém sabia o que era orgânico, mas hoje emdia está ficando uma coisa mais popular.”

Para odiretor da certificadora IBD, José Pedro Santiago, os produtosproduzidos sem agrotóxicos e sem agressão ànatureza estão deixando de ser um mercado específico epassando a ser um grande negócio. Ele baseia a sua avaliaçãono aumento da procura pela certificação que garante oselo de orgânico aos produtos.

“Háum conjunto de fatores que está alavancado a agriculturaorgânica, apesar das crises”, avaliou Santiago. Na opiniãodele, as preocupações com as mudançasclimáticas, o aumento da divulgação na imprensae uma maior atenção por parte do governo,sãoalguns dos fatores esponsáveis pelo crescimento do setor.

Nessecontexto, eventos como a Biofach buscam aproximar os produtores dasoportunidades de negócios com possíveis revendedores,como redes de supermercados e lojas especializadas. A Biofach é realizadasimultaneamente e no mesmo espaço da ExpoSustentat, feira deprodutos produzidos de forma sustentável.

Apossibilidade de conseguir um contrato com uma rede varejista trouxeFrancisco José do Rio Grande do Norte para a feira em SãoPaulo. Ele explicou que conseguir negociar diretamente com umdistribuidor para o mel em bisnaga e sachê pode garantir uma rendamelhor aos 300 sócios de sua cooperativa. No modelo atual,eles vendem em grande quantidade para um atravessador que coloca oproduto em recipientes menores e revende para o varejo. "Queremos agregar mais preço nos nossos produtos. Quandoa gente vende nesses baldes de 25 quilos, eles saem um pouco baratos. A gente vendendo nesses frascos menores, ele sai num preçobem melhor para nós”.

O mel deFrancisco está exposto no estande Caatinga-Cerrado, que reúne20 cooperativas, duas redes de cooperativas e duas empresas. Deacordo com assessor técnico do projeto, Luiz Carlos Rebelatto,a estrutura representa diretamente 7 mil famílias de 13estados. Segundo ele, no ano passado o estande com produtosprovenientes dos dois biomas gerou cerca de R$ 2 milhões emnegócios.