Prefeito de Caracas ataca Chávez, mas defende adesão da Venezuela ao Mercosul

27/10/2009 - 15h36

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, aproveitou hoje(27) a audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senadopara atacar o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, dizendo que ele desrespeita a democracia. Para Ledezma, a adesão do país ao Mercosul deve obrigar Chávez a seguir asregras do protocolo do bloco, que determina o respeito aos princípiosdemocráticos. “É necessário saber como [um dirigente] exerce ocargo. O sinônimo de democracia deve ser o respeito ao direitoshumanos. O governo da Venezuela não aceita há 16 anos um representanteda comissão interamericana de direitos humanos”, disse o prefeito da capital venezuelana. “[Éum governo que] desfruta de ilegitimidade de origem, o que é umaverdade.”Favorável à integração da Venezuela ao Mercosul, Ledezmasugeriu que a aprovação da adesão de seu país ao bloco estejacondicionada a obrigações por parte do governo venezuelano. “Uma coisaé o governo de Venezuela, outra é o povo. O Estado da Venezuela épermanente. [É necessário que o governo] dê garantias de respeito aoprotocolo do Mercosul [no que se refere à democracia] . Quanto maisisolado, mais será perigoso para o país”, afirmou. Ao defender aadesão ao bloco, o prefeito disse que seus país tem umperfil integracionalista, mas não conteve o discurso ao definir o quedisse ocorrer na Venezuela.  “O governo aplicaleis constitucionais para transferir processos de competências agovernadores. Democracia é sinônimo de separação de poderes, mas lá nãohá separação de Poder. O governo controla o parlamento, o poderpolicial. Esses temas devem ser de conhecimento dos senadores doBrasil”, afirmou Ledezma.Os senadores votam no próximo dia 29,na Comissão de Relações Exteriores, o relatório que permite a adesãoda Venezuela ao Mercosul. O tema é polêmico e não há unanimidade entre no Senado. O senador TassoJereissatti (PSDB-CE) apresentou um relatório contrário à adesão da Venezuelaao bloco por acreditar que o governo Chávez não é democrata. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), preparou um voto emseparado, argumentando que as razões econômicas devem estimular o apoioà entrada do país no Mercosul.