Embaixador apela ao Congresso para que apoie adesão da Venezuela ao Mercosul

27/10/2009 - 16h20

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em defesa da adesão daVenezuela ao Mercosul, o representante permanente do Brasil naAssociação Latino-Americana de Desenvolvimento eIntegração (Aladi), embaixador Régis Arslanian,apelou hoje (27) ao Congresso Nacional que apoie a participaçãode todos os países latino-americanos no bloco. Segundo ele, a“integração” é de interesse do Brasil, queserá favorecido com uma vizinhança tranquila eforte. “É uma necessidade de o Brasil se integrar.Se a Colômbia e o Chile quiserem se unir ao Mercosul [serãobem-vindos]. Não é uma questão de pensarmos naadesão só da Venezuela, mas de todos os países.Qualquer país latino-americano pode aderir ao Mercosul”,disse Arslanian, na Comissão de RelaçõesExteriores do Senado.O embaixador defendeu a integraçãoda Venezuela no Mercosul ao lado do prefeito de Caracas, AntônioLedezma, que presta esclarecimentos ainda hoje na comissão. “O Brasil tem cumprido aresponsabilidade de ser o grande incentivador da integraçãodo Mercosul”, afirmou o diplomata. “Temos de ter uma visãoestratégica, como a União Europeia.” Opresidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), reiterou hoje queé contrário ao ingresso da Venezuela no Mercosul porqueconsidera que o governo do país vizinho desrespeita a cláusulademocrática. “O atual governo da Venezuela tem tomadoprovidências que representam desmoronamento e desvio dademocracia”, disse.O relatório que pode autorizar aadesão da Venezuela ao bloco será votado na próxima quinta-feira (29), na Comissão de RelaçõesExteriores. Se aprovado, o documento deverá ser submetido ànova votação, desta vez no plenário doSenado.O tema é polêmico. Osenador Tasso Jereissatti (PSDB-CE), por exemplo, fez um relatório contrárioà adesão da Venezuela ao bloco por acreditar que ogoverno do venezuelano Hugo Chávez não édemocrático. O líder do governo noSenado, Romero Jucá (PMDB-RR), no entanto, preparou um voto em separadoargumentando que as razões econômicas devem estimular oapoio à adesão.