Debate marca Dia Nacional de Mobilização Pró-Saúde da População Negra

27/10/2009 - 6h25

Da Agência Brasil

Brasília - Para marcar o Dia Nacional de Mobilização Pró-Saúde da População Negra, o Fórum de Mulheres Negras promove encontro hoje (27) em Brasília. Será das 8h às 12h, no auditório da Fundação Cultural Palmares, no Setor Bancário Sul. O objetivo é discutir, entre outros assuntos, a realidade dessas mulheres em áreas como saúde e mercado de trabalho, além de políticas que possam melhorar sua atuação na sociedade. Em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, Tatiana Nascimento dos Santos, integrantedo fórum, falou sobre a pauta do encontro. “Umadas preocupações deste ano é discutir o racismo institucional. Talfator está ligado à  herança histórica de escravização, deixando apopulação negra fora do acesso aos principais bens da sociedade,como saúde e moradia”, explicou.SegundoTatiana, os negros representam 49% da população do Distrito Federal e mesmo com granderepresentatividade social, ainda há um despreparo no atendimento médicodessa população, principalmente das mulheres. “Aindaexistem conceitos errôneos ligados ao racismo, como, por exemplo,mulheres negras não sentem dor. O resultado disso é que na hora derealizar intervenções cirúrgicas, nós, mulheres negras, recebemos menosanestesia que mulheres brancas. Além disso, quando fazemosconsultas ginecológicas somos menos tocadas e, com isso, muitas doençasnão são diagnosticadas”, argumenta.A legalização doaborto será  outro assunto abordados no encontro. TatianaNascimento informa que atualmente há cerca de 1 milhão de abortosclandestinos no Brasil, dos quais 400 mil resultam na morte da mãe - a maioria negra e jovem. Ela reconhece que a falta de acesso àinformação ainda é  fator determinante.