Redução de emissões por desmatamento pode render até US$ 16 bilhões ao país, prevê Abemc

26/10/2009 - 17h35

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Dados da Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Carbono (Abemc) apontam que a inclusão dos mecanismos de Redução de Emissões de Carbono por Desmatamento e Degradação (REDD), durante a negociação de um novo acordo substitutivo do Protocolo de Quioto, poderia gerar uma receita de US$ 8 bilhões a US$ 16 bilhões ao Brasil em créditos de carbono. Hoje, os mecanismos de REDD, que considera como crédito de carbono florestas “em pé”, não são elegíveis para o Protocolo de Quioto, que aceita apenas duas possibilidades de crédito na área florestal: o reflorestamento e o aflorestamento (em áreas onde nunca existiram florestas). “A  conservação florestal, o desmatamento evitado [relativo ao REDD], não faz parte ainda do protocolo”, disse o presidente da Abemc, Flavio Rufino Gazani.O presidente da entidade afirmou que o governo brasileiro, depois de ter rejeitado a inclusão de florestas nativas nas negociações do Protocolo de Quioto, mudou recentemente sua posição e acena com a possibilidade de incluir este mecanismo nas propostas que levará para a 15ª Conferência das Partes da Convenção do Clima (COP 15), em Copenhague, no mês de dezembro.“A ideia de já incluir isso é que o próximo acordo, seja ele uma continuação do Protocolo de Quioto, ou um novo acordo, já venha contemplando essa necessidade”, disse. Para Gazani, o REDD deva ser um meio de conservação da floresta associada à exploração sustentável em áreas específicas, e não prever apenas a manutenção das florestas “em pé”.