Governador evita comentar número de vítimas em operações policiais no Rio

26/10/2009 - 17h23

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, voltou aadmitir hoje (26) que faltam policiais para pacificar as comunidades onde hápresença do tráfico de drogas e evitou comentar o número de mortos em confrontocom a Polícia Militar nos últimos 10 dias, em operações desencadeadas após oataque a um helicóptero da PM. No balanço mais recente, a corporação informa que até sexta-feira 41 corpos foram encontrados ou pessoas foram mortas em confronto,sendo três “vítimas inocentes” e mais três policiais em serviço. Foram apreendidasainda 58 armas e 38 granadas. No final de semana, pelo menos mais duas pessoas morreram em confronto com a polícia, segundo apurou a Agência Brasil.  “Não quero discutirisso [número de mortos] sem uma avaliação feita pelas autoridades de segurança.Evidente que o desejo é de que não haja mortos. Mesmo os bandidos [o desejo] éde que eles sejam presos”, afirmou. Segundo Cabral, a política de segurança trabalha paraexpulsar o crime organizado das comunidades, retomando as áreas por meio daocupação policial. No entanto, reconhece que não há efetivo para essa tarefa.“Não temos um contingente suficiente para num breve espaço de tempo pacificartodas as comunidades”.http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2009/10/17/materia.2009-10-17.6780746012/viewDe acordo com o governador, o deficit de policias militaresno Rio é de cerca de 20 mil. Segundo Cabral, a ampliação da tropa para 60 mil,além de melhorias salariais e de condições de trabalho, será um dos temas de umareunião amanhã (27), em Brasília, com o ministro da Justiça, Tarso Genro, e como diretor da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa.Durante inauguração de obras na zona sul do Rio de Janeiro,o governador tentou tranquilizar a população e voltou a reiterar que oprincipal objetivo das ações policiais é “levar a paz” e devolver àscomunidades os territórios ocupados por criminosos, que detêm vários tipos dearmas, atuam “covardemente” e “usam moradores de escudo”.“Nós enfrentamos uma situação onde o nível dearmamento dos marginais é muito grande, quando eles reagem [a umaoperação da PM] é de maneira covarde, com armas letais, quer dizer, estamosenfrentando situações como a do Morro dos Macacos, onde uma arma foi capaz dederrubar um helicóptero”, disse o governador.