Negociadores brasileiros acompanham eleições no Uruguai

25/10/2009 - 10h07

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As eleições no Uruguai devem levar hoje (25) cerca de 2,5 milhões de eleitoresàs urnas para definir quem será o presidente que vai comandar o paíspor cinco anos, além de senadores e deputados.O processo eleitoral éacompanhado atentamente pelos articuladores brasileiros, em decorrênciade queixas dos uruguaios por causa do Mercosul e das tensões causadas apartir da construção de duas usinas de celulose no Rio Paraná- que colocou em lados opostos o Uruguai e a Argentina.Na disputaà sucessão do atual presidente do Uruguai, TabaréVasquez, o favorito é José "Pepe" Mujica, senador e ex-guerrilheirotupamaro, da coalizão governista Frente Ampla. O segundo colocado, deacordo com as pesquisas de intenções de voto, é Luis Alberto Lacalle,ex-presidente e representante do oposicionista Partido Nacional. Emterceiro lugar está Pedro Bordaberry, do Partido Colorado, e emquarto, Pablo Mieres, do Partido Independente. Os indecisos chegama 8% do eleitorado.Paralelamente às eleições, os uruguaios vão votar em dois plebiscitos. Um deles questiona se os militares queparticiparam da ditadura devem ser punidos, e o outro, se épossível autorizar aos eleitores que moram fora do país o direito devotar. O plebiscito mais polêmico é o que trata da revisão da leide anistia denominada Lei de Cadulcidad, pois o período militardominou a política do Uruguai por 12 anos e a estimativa é de que 164cidadãos uruguaios tenham sido assassinados na ditadura.Apossibilidade de autorizar que uruguaios que vivem fora do país votem étambém bastante controvertida, uma vez que se estima que cerca de 600mil, dos 3,5 milhões de cidadãos, morem no exterior. No Brasil, oseleitores brasileiros que moram fora do país podem votar parapresidente da República desde os anos 80.Analistas políticosque acompanham as pesquisas de opinião e os debates evitam arriscar sea definição sobre o novo presidente será resolvida em um único turno ou será necessário um segundo. Como no Brasil, o candidato para ser eleitono primeiro turno deve obter mais de 50% dos votos.