Dilma diz que reforma agrária brasileira põe o país "na vanguarda" da democratização da terra

25/10/2009 - 19h07

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A ministra-chefe daCasa Civil, Dilma Rousseff, discordou nesse domingo da posiçãomanifestada por um dos coordenadores do Movimento dos TrabalhadoresRurais Sem Terra, João Paulo Rodrigues, segundo a qual o processo dedistribuição de terra no país estaria lento. Ela apresentoubalanço que mostra que no período de 2003 a 2008 foram feitosassentamentos em 43 milhões de hectares.Para Dilma, a área ésignificativa “e coloca o Brasil na vanguarda do processo dedemocratização da terra”. Comparando com outros países, elaafirmou que a Bolívia tem uma ação significativa de implantaçãoda reforma agrária, mas com uma área de assentamento bem menor: 18milhões de hectares de 2006 até este ano.Segundo ela, naNicarágua, de 1979 a 1986, foram 2,8 milhões de hectares ocupadoscom assentamentos. No Chile, essa área foi de 5,5 milhões dehectares; em Cuba, 5 milhões de hectares e na Venezuela, 2 milhõesde hectares.Além disso, elaobservou que o atual governo apoiou o movimento com linhas de créditoe com assistência técnica. Dilma criticou os governos anteriores,dizendo que “no passado se assentavam as populações e asabandonavam”.Outro benefício queDilma destacou foi o Programa Luz para Todos, que permitiu aospequenos produtores facilidades como resfriar o leite, processaralimentos, como a transformação de mandioca em farinha e conservaro peixe.Sobre a invasão do MST a umafazenda de laranjais pertencente à empresa Cutrale, ela disse que ogoverno tem uma posição clara de apoiar os movimentos sociais erespeitá-los, mas não pode ser complacente com qualquer ato ilegal.Dilma Rousseff deu aentrevista depois de participar de um encontro do Partido dosTrabalhadores com líderes de movimentos populares.