FUP nega greve geral por tempo indeterminado a partir da próxima semana

23/10/2009 - 18h54

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O diretor da secretaria da presidência da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Paulo César Martins, negou hoje (23), em entrevista à Agência Brasil, que os 12 sindicatos ligados à entidade, que reúne cerca de 40 mil trabalhadores da Petrobras, já tenham data marcada para decretar uma greve geral dos petroleiros por tempo indeterminado, como chegou a admitir ontem (22) o diretor de Administração e Patrimônio do Sindipetro-RJ, José Maria dos Santos Nascimento, ao prevê a paralisação para a próxima semana.Martins, no entanto, admitiu que a FUP tem a mesma visão do Sindipetro-RJ de rejeição à contraproposta apresentada pela Petrobras e que, na falta de um acordo entre as partes, poderá, sim, ocorrer uma greve geral por tempo indeterminado.“Nós estamos realizando as paralisações de surpresas que têm como objetivo levar, lá na frente, a uma greve por tempo indeterminado, com o controle da produção. Quando acontecerá esta greve? Vai depender das discussões com a categoria. Antes disso não há data para uma greve geral, porque a gente ainda está em fase de construção do movimento definitivo”, disse.O diretor da secretaria da presidência da FUP considerou precipitada a greve promovida pela Federação Nacional (à qual o Sindipetro-RJ é filiado) encerrada na última terça-feira (20), mesmo sem que se chegasse a um acordo entre a Petrobras e os seis sindicatos a ela filiados. Apesar das discordâncias em relação à posição dos sindicatos ligados a Federação Nacional, a FUP, segundo o diretor, não acredita em um acordo coletivo que evite a greve, pois a Petrobras não vem querendo discutir, no acordo, as alterações nas cláusulas sociais.“As negociações das cláusulas sociais ocorrem de dois em dois anos, diferentemente das [cláusulas] econômica que são de ano em ano. E a última negociação envolvendo as cláusulas sociais ocorreu há dois anos. E não havendo avanço nas cláusulas sociais o movimento sindical vai tentar convencer os trabalhadores da necessidade de realização da greve por tempo indeterminado, inclusive com a paralisação da produção”, afirmou.