Seminário discute segurança de estádios de futebol

22/10/2009 - 18h59

Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Representantes do governo e de entidades ligadas ao futebol estãodiscutindo, em seminário no Hotel Nacional, em Brasília, as condiçõesde segurança e de funcionamento dos estádios de futebol, com foco na realização da Copa do Mundo no Brasil, em 2014, e nasOlimpíadas, em 2016.Para o engenheiro do Ministério do Esporte Ivan Mello, o encontro será o ponto de partida para seestabelecer regras visando à realização dos eventos e obrigações em torno da adequação dos estádios às necessidades desegurança e de acomodação do torcedor. Ele lembrou que a liberação dosestádios hoje é feita pela Polícia Militar, peloCorpo de Bombeiros ou pela Vigilância Sanitária, a depender do local. Segundo ele, esse fato é positivoporque a diversidade de critérios pode ajudar a estabelecer uma regra mais adequada aos estádios. Segundo oengenheiro, os jogos da Copa do Mundo vão ser realizados dentro deregras fixadas pela Federação Internacional de Futebol (Fifa), que deverão ser cumpridas em nível estadual,pelas federações. As discussões durante o seminário vão estabelecer umregulamento que deverá valer para todas as situações ligadas a eventos de futebol. Entre as futuras regras estarão, inclusive, normas para instalação de banheiros sanitários que hojeestão completamente defasados. Os estádios que realizam os grandesjogos acomodam público de 40 a 90 mil torcedores. "Por isso estamosbuscando um norte em face da realidade brasileira. O seminário seráo ponto de partida para isso e as conclusões vão ajudar a criar o nossocaderno de encargos", disse Mello.O presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro,Rubens Filho, afirmou que há estádios no país nos quais é impossível fazermudanças. "Até hoje a prioridade sempre foi a questão dalotação, em detrimento da necessidade de segurança e de áreas deescape", disse. Segundo ele, quando se fala na estrutura de estádios, normalmente, questões como a quantidade de sanitários, a segurança e a higiene necessárias são abordadas apenas de maneira genérica. Rubens Filho disse ser contrário ao estabelecimento debarreiras entre as torcidas e o campo, mas defende, no entanto, acriação de legislação severa para a transgressão de torcedores. O aperfeiçoamento físico dos estádios defutebol, segundo o presidente da Federação de Futebol do Rio de Janeiro, deve ser realizado com o intuito de favorecer a realização de jogos e não somente em função da Copa ou das Olimpiadas.O tenente-coronel Almir Ribeiro, daPolícia Militar de São Paulo, lembrou que a maioria dos estádiosbrasileiros foi preparada para acomodar o público previsível da décadade 50 e hoje a realidade é outra. "Há defeitos estruturais incorrigíveise muitos estádios têm problemas fundamentais de estrutura", destaca.