Para especialista, taxação de capital estrangeiro não afeta o câmbio

21/10/2009 - 18h47

Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Ataxação sobre a entrada de capital estrangeiro noBrasil “não vai afetar em nada o câmbio”, naavaliação do professor de finanças do institutoInsper, Alexandre Chaia. Desde ontem (20), o capital estrangeiro emrenda fixa e variável que entra no país paga 2% deImposto sobre Operações Financeiras (IOF). A medida,segundo a equipe econômica, teve como objetivo conter a quedado dólar, que está em torno de R$ 1,70.

Parao professor, apesar do imposto gerar “um custo a mais para ocapital especulativo”, o valor da alíquota não érelevante ao ponto de impedir a entrada de dólares no país.O único efeito certo, de acordo com Chaia, é o aumentoda arrecadação do governo federal.

Segundoo professor, a valorização do real em relaçãoao dólar não está relacionada à entrada decapital especulativo, mas a um ajuste estrutural por causa do aumento nopreço das commodities. De acordo com oprofessor, como um Brasil é um grandeexportador desse tipo de produto, é natural que haja uma valorização da moeda nacional.

Omaior problema da medida, na opinião dele, é a“sensação de incerteza” causada por esse tipo demudança. Segundo Chaia, as alterações nasregras para o investimento passam uma imagem de instabilidade que acabatrazendo insegurança aos interessados nas aplicaçõesde longo prazo.

Mesmonão querendo fazer previsões sobre como será ocomportamento do câmbio nos próximos meses, Chaia disseque, dependendo da velocidade da recuperação da economiamundial, o dólar pode chegar ao nível pré-crise,em torno de R$ 1,60.