Mantega defende que recursos do pré-sal se somem às reservas internacionais do país

21/10/2009 - 13h45

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Fazenda,Guido Mantega, defendeu hoje (21) que os recursos do pré-sal sejamaplicados no exterior para proteger o câmbio no Brasil. Segundo ele,inicialmente o dinheiro poderia ir para as reservas internacionaisbrasileiras.“Essas reservas comos recursos do pré-sal no futuro superarão os US$ 500 bilhões, comcerteza", afirmou o ministro.Posteriormente, osrecursos podem ser aplicados no Fundo Social e no Fundo Soberano,desde que com aplicações externas para não afetar a economia dopaís. A mesma regra valeria para os recursos da capitalização daPetrobras, que representará um montante menor.“Aquele perigo que agente imagina de valorizar demais o Real não existe, porque orecurso será retirado do mercado assim que ele entrar, então elenão vai pressionar o câmbio”, afirmou o ministro.Sobre a capitalizaçãoda Petrobras, Mantega disse que não há risco de a União sairprejudicada na transação, que irá aumentar o tamanho da empresa elançar mais ações no mercado.Segundo ele, numaestimativa de capitalização de US$ 50 bilhões, é difícil que oschamados acionistas minoritários, que detêm cerca de 60% do capitalda empresa e têm preferência na compra de ações, consigam aportaros US$ 30 bilhões referentes à parte deles.Mesmo assim, se issoacontecer, a União irá aportar os US$ 20 bilhões para a suaintegralização e a proporção de ações continuará a mesma, como Estado brasileiro sendo dono sozinho de aproximadamente 40% daempresa.“Acho muito difícilque os minoritários consigam aportar US$ 30 bilhões. Não existe nomundo atualmente esse tipo de transação. Mas, na pior dashipóteses, a União também irá aportar os seus US$ 20 bilhões econtinuará a mesma proporção”.Mantega esclareceu quea avaliação dos 5 bilhões de barris que serão concedidos para aestatal será feita pela própria Petrobras e pela Agência Nacionalde Petróleo (ANP), para dar mais certificação à transação. APetrobras irá incluir esse petróleo em seu capital e pagará àUnião o valor acordado, numa operação que ele classificou de“ganha-ganha”.