Garcia diz que Obama deveria pressionar Michelletti e reitera apoio a Zelaya

21/10/2009 - 14h01

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ex-presidente de Honduras Manuel Zelaya completa hoje (21) ummês que está abrigado na Embaixada do Brasil emTegucigalpa, capital de Honduras. Para o assessor especial paraAssuntos Internacionais da Presidência da República,Marco Aurélio Garcia, em entrevista exclusiva à TVBrasil, o ideal seria que o presidente norte-americano, BarackObama, tivesse uma posição “mais ativa” em busca deum acordo político visando ao fim da crise na região.“Achoque os Estados Unidos poderiam ser mais ativos, portanto, assumir umaposição mais assertiva para pressionar os golpistas”,disse Garcia. “Mas a América Latina não éprioridade para os Estados Unidos. É uma região de paz.Não é problema.”Amigo de Zelaya, a quem conhece há anos, Garcia reiterou queo governo brasileiro agiu corretamente ao apoiar o retorno doex-presidente e abrigá-lo na embaixada brasileira. “Nãoacho que foi uma 'fria' [a decisão do governo brasileiro deapoiar Zelaya]. Criou uma certa incomodidade, mas os diplomatassabem que a embaixada não é só para encontrospolíticos e recepções.”De acordocom o assessor, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, elemesmo e outros integrantes da equipe de governo foram surpreendidoscom a chegada de Zelaya à embaixada no mês passado. Ainformação foi transmitida a eles durante o voo paraNova York, nos Estados Unidos. A crise emHonduras foi agravada em 28 de junho, quando Zelaya foi deposto portentar realizar uma consulta popular sobre mudançasconstitucionais, consideradas ilegais pela Suprema Corte do país.Entidades internacionais e governos estrangeiros classificaram adeposição de Zelaya como golpe de Estado. Já ogrupo que apoia o presidente Roberto Micheletti afirma que o processoé legítimo por contar com a sustentaçãoda Suprema Corte e de outras instituições.Depois dequase quatro meses de negociações de avançosmodestos, aumentou a pressão internacional sobre o atualgoverno, houve protestos, e a crise hondurenha é tema dedebates internacionais.O assuntofoi discutido durante entrevista de Garcia. O conteúdocompleto da entrevista ao programa 3 a 1, da TV Brasil,irá ao ar hoje (21), às 23h. O assessor foientrevistado pelos jornalistas Helena Chagas, diretora de Jornalismoda EBC, Roberto Maltchik, repórter da TV Brasil, e ElianeCantanhêde, colunista do jornal Folha de S.Paulo.