Chances de prorrogação do IPI para linha branca são grandes, diz Miguel Jorge

21/10/2009 - 21h28

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Numa escala de zero a dez, as chances da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os produtos de linha branca ser prorrogada é de oito, disse hoje (21) o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge. Ele, no entanto, ressaltou que o governo ainda não tomou nenhuma posição final sobre o tema."Eu diria que de zero a dez, as chances são de oito", revelou o ministro ao sair da reunião do Grupo de Acompanhamento da Crise (GAC). Apesar de avaliar que há chances da desoneração ser estendida, Miguel Jorge ressaltou que nada foi decidido. "Mesmo se houvesse uma decisão, nada seria anunciado hoje. Como o IPI reduzido vai até 31 de outubro, o anúncio antecipado reduziria as vendas neste mês", argumentou o ministro.Desde abril, fogões, geladeiras, máquinas de lavar e tanquinhos pagam menos IPI. Pelas contas da equipe econômica, a desoneração fez o governo deixar de arrecadar R$ 380 milhões em 2009.O ministro criticou a estratégia da indústria automobilística ao divulgar a recomposição gradual do IPI para automóveis, que começou neste mês e vai até dezembro. Na avaliação de Miguel Jorge, houve um erro de publicidade que prejudicará as vendas de automóveis em outubro."Eles disseram o tempo todo que era os últimos dias do IPI. Em nenhum momento disseram que o imposto retornaria gradualmente. Até perguntei a eles o que fariam quando o desconto acabasse. Eles iam ter que voltar atrás e dizer que o desconto ainda existia, só que menor", disse o ministro.Para Miguel Jorge, a manutenção da taxa Selic, que mede os juros básicos da economia, em 8,75% ao ano está dentro do esperado. “Acho que o Banco Central está sendo cuidadoso, como todos os bancos centrais. Ele está querendo observar o crescimento da economia, até porque há uma preocupação já explicitada com a meta de inflação”, afirmou.Segundo o ministro, seria surpresa se o BC tivesse reduzido os juros. “Acho que o Banco Central está agindo dentro das condições imaginadas. Pela última ata do [Comitê de Política Monetária] Copom seria manchete se a taxa tivesse sido reduzida”, afirmou.