Partido reforça aviso de divulgação de nomes que saírem da lista de pedido de criação de CPI

20/10/2009 - 18h12

Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O líder do DEM na Câmara dos Deputados, Ronaldo Caiado, voltou a reforçar o aviso de "ampla divulgação" do nome dos parlamentares que retirarem assinaturas do requerimento de criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. O requerimento foi protocolado hoje (20) na Secretaria da Mesa do Congresso.O DEM quer evitar que ocorra o mesmo movimento de semanas atrás, quando parlamentares retiraram seus nomes do primeiro pedido apresentado à mesa. “Vamos dar ampladivulgação. Publicaremos os nomes do que retirarem as assinaturas nosite do partido, enviaremos a informação para o estado do parlamentarpara que os eleitores cobrem”, ameaçou Caiado. “Quem retirar, vai pagaro preço nas urnas”, completou o vice-líder do DEM, deputado OnyxLorenzoni, que foi responsável pela coleta de assinaturas de deputados.Para criação de CPMI, são necessárias 171 assinaturas de deputados e 27 no Senado. Na segunda tentativa de criar a CPMI do MST, a oposição diz ter conseguido 188 adesões na Câmara e 35 no Senado.Apreocupação da oposição com a retirada de assinaturas ocorre porque os governistas conseguiram convencer 42 deputados aretirarem seus nomes do primeiro requerimento de criação da CPMI, o que acabouinviabilizando o processo. O objetivo, com a comissão, é investigar o repasse de recursos de organizações não governamentais(ONGs) ao MST.Caiado negou que a criação da comissão tenhamotivos eleitoreiros. “Como pode ser eleitoreira se tem um fatodeterminado? Grande parte dos recursos do MDA [Ministério doDesenvolvimento Agrário] está sendo repassada ao MST. Tem algo maisescandaloso do que as ações do MST?”, perguntou o líder do DEM.Eleacrescentou que a destruição de pés de laranja, há cerca de duassemanas, em São Paulo, por parte de integrantes do MST, reforçou a necessidade de criação da CPMI. Caiadodisse não temer a ação do governo para impedir as investigações, caso acomissão seja efetivamente instalada. “Não tem como tratorar a verdade. Eles poderão ter a maioria, mas os fatos não deixarão de ser investigados”, afirmou.  O requerimento deve ser lido amanhã em sessão do Congresso Nacional e as eventuais retiradas de assinaturas poderão ocorrer até a meia-noite do dia em que o requerimento for lido.