Iedi aprova taxação de capital estrangeiro, mas pede ações que tornem economia mais competitiva

20/10/2009 - 20h52

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) divulgou nota nesta terça-feira(20) na qual diz ter aprovado a taxação de 2% de Imposto sobre OperaçõesFinanceiras (IOF) na entrada de capital especulativo estrangeiro emrenda fixa e no mercado acionário brasileiro.O Iedi destacou que o pano de fundo para essa decisão governamental é a valorizaçãoacentuada da moeda nacional, ocorrida em pouco espaço de tempo, comsignificativos prejuízos para a rentabilidade das exportaçõesbrasileiras e consequente favorecimento das compras externas.O insituto é uma organizaçãonão governamental (ONG) que atua há 20 anos na articulação da indústrianacional. Na nota, ressalta que “uma medida adequada ao momento”,como a taxação do capital especulativo, também “pressupõe a adoçãosimultânea de ações de política econômica para ampliar a modernização ea competitividade da economia”.Como se vive um momento de maiorliquidez e confiança nos mercados financeiros internacionais, e como oBrasil se apresenta entre as economias mais equilibradas e dinâmicas,acentuou-se o interesse externo no mercado brasileiro, de acordo com oIedi. E o resultado disso tem sido a grande entrada de dólares no país,com valorizações expressivas das ações de empresas brasileiras e doreal.O Iedi adverte, contudo, que o mesmo capital que hojeingressa no país em larga escala pode fugir do mercado brasileiro casoreapareçam sinais de incertezas quanto à superação da instabilidadefinanceira internacional. Se isso ocorrer, segundo o insituto, o país corre o risco de mudançasno fluxo de capitais, com grande desvalorização dos preços de ativos domésticos. Mas, além da questãocambial, o Iedi ressaltou na nota que não se deve perder de vistatambém a necessidade de medidas que definam a competitividade sistêmicada economia.O instituto relaciona como maiores problemas a serem atacados: as taxas elevadas do crédito doméstico,a taxação excessiva e inadequadamente cobrada, o elevado encargo sobrea folha de salários, bem como a infraestrutura deficiente e cara. Na nota, a ONG também registra que faltam investimentos, em parte porque os gastos do governocom custeio “são muito elevados”, e diz que a inovação empresarialestá aquém do desejável.