Exposição com videogame gigante simula prevenção e tratamento de doenças epidêmicas

20/10/2009 - 8h49

Luiz Augusto Gollo
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Pela primeira vez na América, a exposição francesa Epidemik: O Impacto das Epidemias na Sociedade ao Longo dos Séculos será aberta aopúblico carioca hoje (20), apresentando como principal atração um gigantesco videogame de270 metros quadrados com  situações simuladas de crises epidêmicas para mais de 40jogadores. No jogo, os participantes enfrentarão situações reais oufictícias nas quais terão de interagir. Oscenários propostos são gripe aviária em Cingapura, ataque biológicoterrorista em Nova York, malária e aids na África e na Ásia e dengue no Rio de Janeiro– este especialmente desenvolvido para o Brasil, com conteúdo eiconografia preparados por técnicos e cientistas da Fundação OswaldoCruz (Fiocruz).A Epidemik original, montada há um ano no museude La Cité des Sciences e de l’Industrie de la Villette, na capitalfrancesa, recebeu até hoje mais de 300 mil visitantes, em sua maioriaestudantes. Desenvolvido pela empresa Stratosphère, o jogo começaquando o visitante da exposição pisa no tabuleiro e recebe uma auracolorida individual projetada no chão, que o acompanha por toda asimulação.A luz colorida muda à medida que o jogador adotaprecauções ou providências para o tratamento do seu estado de saúde,sempre orientado por informações projetadas numa tela gigante. Vintemonitores auxiliarão os participantes durante o jogo, que também éacessível a cadeirantes. Totalmente gratuita, a exposição é dirigida àpopulação em geral, principalmente aos jovens estudantes.“AEpidemik faz parte do Ano da França no Brasil e é a primeira vez que éapresentada fora da França”, diz a coordenadora executiva da exposição,Cristina Moscardi, da empresa Sanofi-Aventis, maior indústriafarmacêutica europeia e parceira da Fiocruz na iniciativa. “Éimportante destacar que a exposição no Rio ocorre simultaneamente à queestá montada no La Cité, e que, além da dengue, outra novidadebrasileira é o filme sobre o centenário da descoberta do mal de Chagas,também exibido na exposição”.A antropóloga Gisele Capel, daFiocruz e curadora da Epidemik, enfatiza outro aspecto: “Conseguimosmontar no Brasil uma exposição multimídia de alta tecnologia, que vaicapacitar técnicos brasileiros no que existe de mais avançado no mundo.As equipes francesas e brasileiras envolvidas estão numa cooperaçãoefetiva, raramente vista em casos semelhantes”.A  Epidemik já ocupa a área de mais de 1.200 metros quadrados,dividida em dois blocos, com pé direito de 6 metros. O primeiro blocoaborda a história milenar dos homens e das epidemias e faz umaretrospectiva do tema desde o período Neolítico, passando pelaAntiguidade, a Idade Média e a Revolução Industrial, até os dias atuais. Aproposta é discutir as condições que favoreceram o surgimento dasepidemias, os meios que foram utilizados para combatê-las e o impactoque tiveram sobre a vida das populações. Obras de artistas francesesservem de fio condutor para traçar uma linha do tempo e situar asdiferentes epidemias ao longo dos séculos. Obras brasileirasdo acervo da Biblioteca Nacional, do Museu do Exército, da Fiocruz e doInstituto Butantan destacam momentos marcantes da história dasepidemias no país. O videogame coletivo é o destaque do segundo bloco.Aexposição Epidemik: O Impacto das Epidemias na Sociedade ao Longo dos Séculos estará aberta ao público, com entrada franca, entre 20 de outubro e 24 de novembro, no Centro Cultural da Ação da Cidadania, à Avenida Barão de Tefé, 75, na Saúde, na zona portuária do Rio de Janeiro.O horário de visitação é de 8h30m às 19h30m e as visitas escolarespodem ser agendadas pelo telefone (21) 3865-2128, das 9h às 17h.