Contrabando aumentou e representou mais de um terço do mercado de informática em 2008

20/10/2009 - 16h10

Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Mercadoriascontrabandeadas representaram 35% do comércio de produtoseletrônicos e de informática em 2008, apontoulevantamento do Instituto Brasil Legal (IBL). A associaçãosem fins lucrativos representa oito grandes empresas do ramo deeletroeletrônicos e cruzou dados da Receita Federal cominformações do instituto de pesquisa ITData.No ano passado, o contrabando teve um aumento, após três anos seguidos em queda. O comércio ilegal de eletroeletrônicos e informáticacorrespondia a 74% do mercado, caindo para 61% em2005, 50% em 2006 e 30% em 2007. Segundo o IBL, um dos grandes incentivadores do mercado legal nos últimos anos foi a redução dos impostos para o setor.No casode notebooks importados, a pesquisa aponta que a ilegalidade chega a80% do mercado, o que corresponde a US$ 672, 461 milhões dedólares em sonegação. São produtos queentram tanto pela fronteira terrestre com o Paraguai, quanto pelosportos de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.Segundoo IBL, os computadores importados não pagam imposto e custam até50% menos do que os produzidos no Brasil. Eles são vendidos emlojas de todos os tamanhos por preços 20% inferiores aos doscomputadores nacionais.“Começamosa encontrar esses produtos nas grandes redes do Brasil”, afirmou opresidente do IBL, Edson Vismona. O fato levou a entidade apressionar não só o governo por providências, mastambém as empresas fabricantes dos notebooks.Vismonacontou que, após as pressões nas empresas, dois dosprincipais fabricantes passaram a montar seus produtos no Brasil. Eleexplicou que os computadores feitos em território brasileirodevem ter determinados componentes fabricados no país. Emcontrapartida, desde 2005, esses produtos recebem isençãode 9,25% referente à cobrança de PIS/Confins.Porisso, o presidente do IBL ressaltou a importância de que adesoneração, prevista para acabar em dezembro, sejarenovada ainda este ano. Vismona também destacou aimportância de que as alfândegas sejam melhor equipadaspara combater o contrabando.O IBLdefende que seja cobrada uma taxa por contêiner nos portos. Segundo o instituto, o dinheiro poderia ser usado para custear a ofiscalização de toda a carga que entra no país. Deacordo com Vismona, entram 6 mil contêineres de carga nosportos brasileiros todos os dias, entretanto, apenas 1% deles sãovistoriados.