Impasse sobre compensações financeiras de Itaipu deve levar mais três semanas

19/10/2009 - 17h00

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O impasse entre osgovernos do Brasil e Paraguai em busca de uma solução para ascompensações financeiras relativas à comercialização de energia geradapela Hidrelétrica de Itaipu deve se arrastar por mais duas ou três semanas.O principal ponto de controvérsia é arecomendação de elevar o repasse de cerca de US$ 110 milhões/ano paraUS$ 320 milhões/ano por parte dos brasileiros para os paraguaios. Técnicosdo Tesouro Nacional e do Ministério de Minas e Energia tentam encontraruma maneira de adequar à prática o acordo negociado pelos presidentes Luiz InácioLula da Silva e Fernando Lugo, em julho. Pelo pacto, o Brasil passará a pagar o triplo ao paísvizinho pela energia elétrica, o que deve elevar as contas de energiados consumidores brasileiros, gerando críticas e desgaste político.Osvalores contidos na proposta ainda estão em fase de análise pelosespecialistas brasileiros que acompanham as negociações. Por enquanto, otexto aguarda aprovação do Congresso Nacional do Paraguai para depoisser remetido ao Brasil. Para ser ratificado, o acordo necessita de aprovação em sessão conjunta do parlamento paraguaio – Câmara e Senado – e não há data para issoocorrer. Uma vez enviado ao Brasil, o Itamaraty e o Ministério de Minas eEnergia encaminham o acordo ao Congresso De acordo com técnicos, oacordo permitirá que o Paraguai venda energia, no mercadobrasileiro, sem a mediação da empresa estatal Eletrobrás. O objetivo éassegurar também que os dois países tenham condições de comercializar aenergia de Itaipu em outros mercados, a partir de 2023.A chamadacompensação é o principal item da proposta. Os demais pontos foram delegados a reuniões de comissões técnicas. Entre eles, estão avenda direta de energia por parte do governo paraguaio, sem ingerênciade empresas; a construção de uma rede energética de Itaipu até Assunção, a capital paraguaia; e a conclusão da estação seccionadora do Paraguai. Nas últimas semanas,grupos de especialistas dos dois países se reuniram para buscar umacordo.