BC quer combater falsificação de dinheiro ensinando a examinar autenticidade de notas

19/10/2009 - 15h25

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Qualquer pessoa pode detectar a autenticidade de uma cédula dedinheiro. Em todas as notas, estão impressos sinais perceptíveis ao tatoe aos olhos. Além da marca d'água, as notas têm partes em alto relevo e desenhos que são vistos contra a luz. Ensinar os cidadãos a reconhecer esses códigos,combatendo a falsificação está entre os objetivos de uma campanha do BancoCentral, lançada hoje (19), que também quer incentivar os homens,principalmente, a deixarem de guardar moedinhas em casa.Embora não sesaiba exatamente quantas cédulas falsas estão em circulação, o BCinformou que, neste ano, foram apreendidas 251 mil notas sem valor. No anopassado, foram recolhidas 528 mil. As cédulas mais falsificadas são asde R$ 50, correspondendo a cerca de 60% das apreensões, em maior parte,realizadas na Região Sudeste. A recomendação para quem receber umadessas notas é entregá-las em qualquer agência bancária. Com acampanha, além de incentivar o cidadão a reconhecer os sinais deautenticidade, o governo quer “naturalizar” o procedimento. “Às vezes,o comerciante fica constrangido de olhar a nota na frente do cliente.Mas isso tem que ser uma coisa normal, uma questão de segurança. Todomundo deve olhar a nota”, enfatizou o chefe do Departamento de MeioCirculante do BC, Anthero Meirelles, no Rio.A exibição de peçaspublicitárias na televisão, no rádio, em filmes, em revistas e nainternet, custará cerca de R$ 12 milhões. Haverá também peças reeditadas, incentivando a circulação de moedas, com focoprincipal no público masculino. De acordo com pesquisa do BC, os homensdas classes A e B guardam cerca de 30% das moedas que recebem,percentual superior ao de homens de outras classes de renda.De acordo comMeirelles, uma das explicações para os homens dispensarem o uso dasmoedas em relação às mulheres seria a resistência em usar umporta-níquel. “As mulheres, em geral, andam com bolsas, o que facilita.O homem chega em casa, tira as moedas do bolso, coloca num cofrinho.Temos que ter um processo educativo para incentivá-los a levarem as moedas consigo”, destacou.Ohábito do brasileiro de não usar ou guardar as moedinhas provocaescassez das peças em circulação, dificultando várias operações docomércio e gerando mais custos ao governo, que acaba tendo que produzirmais unidades. No país, atualmente, existem cerca de 15 bilhões de moedas,sendo cerca de 80 para cada pessoa. No entanto, a metade, cerca de 7,5 bilhões delas estão fora de circulação.