Autoridades vistoriam obras de revitalização do Canal do Fundão

19/10/2009 - 14h55

Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Cinco meses depois de iniciadas as obras de recuperação erevitalização do Canal do Fundão, zona norte do Rio, as melhorias aindanão são visíveis nessa área completamente assoreada da Baía deGuanabara. Há décadas, o mau cheiro e a degradação do lugar são a portade entrada da cidade para quem chega do Aeroporto Internacional TomJobim e motivo de apreensão e desconforto para os moradores da região.No entanto, o processo de desassoreamento é lento, como explicou o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que esteve com o governadorSérgio Cabral vistoriando as obras na manhã de hoje (19).Segundo ele, a dragagem é uma das intervenções para que a revitalizaçãoda Baía de Guanabara seja efetivamente concluída.“A obra estáprevista para ser concluída em um ano e meio. Mas além dessa dragagem,que será a redenção do Rio, precisamos também transferir todo o esgotoda Ilha do Fundão e da Favela da Marépara a Estação de Tratamento de Alegria, revitalizar a circulação daságuas da Baía, melhorar as condições dos moradores na favela da Maré, com ecobarreiras, catadores, plantio de mudas, por exemplo”, disse Minc.Elelembrou que a dragagem e recuperação das bacias dos rios Iguaçu,Sarapuí e Botas, na Baixada Fluminense e a construção da estação de esgoto de São Gonçalo também vão contribuir para a revitalização daBaía de Guanabara. De acordo com a secretária estadual doAmbiente, Marilene Ramos, a dragagem também reduzirá as enchentescausadas pela elevação do nível do Rio Faria Timbó, beneficiandoprincipalmente os moradores da favela da Maré.“Alguns ambientalistas foram contra esta obra, porque achavam que osmetais pesados seriam levantados para a superfície, que ia piorar o maucheiro. Mas nós temos tecnologia para isso e este projeto inovador é umexemplo de que é possível reverter grandes passivos ambientais semtrazer transtornos ambientais para a população, durante a execução dasobras.” O projeto financiado pela Petrobras custará cerca de R$194 milhões e deve dragar cerca de 2 milhões de metros cúbicos desedimento numa extensão de mais de 7 quilômetros do Canal do Fundão, facilitandoa circulação de água, hoje aterrada com pelo menos quatro metros delodo. Os trechos contaminados com metais pesados passarão por umprocesso de separação de areia. Após esse procedimento, os sedimentosrestantes serão dispostos em cápsulas de geotextil. A água,completamente limpa, retornará para a Baía de Guanabara. O lixo vai serlevado para o aterro sanitário de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.