Parecer de senador é contrário ao ingresso da Venezuela no Mercosul

18/10/2009 - 14h39

Lísia Gusmão e Renata Giraldi
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - A decisão de autorizar oingresso da Venezuela no Mercosul está nas mãos dos 38integrantes da Comissão de Relações Exteriores do Senado. No dia 29, osparlamentares vão votar o parecer do senador Tasso Jereissatti(PSDB-CE), contrário à adesão dos venezuelanos. Para otucano, “a personalidade e o modus operandi” do presidente venezuelano,Hugo Chávez, “trazem incertezas quanto ao cumprimento dos compromissosque a Venezuela necessariamente deverá assumir no âmbito do Mercosul”.“Seucomportamento [de Chávez] tem sido considerado, não por poucosanalistas e forças políticas do continente, belicoso, provocativo efomentador de divisões. Para muitos, há evidências de que se dedica aum projeto de poder que não coaduna com os interesses do Brasil e doMercosul. Embora pregando publicamente a integração regional, aVenezuela de Chávez, por suas posições radicais, tem sido uminstrumento de divisão e de desintegração na América do Sul”, disse osenador, no relatório. Para Tasso, sob o governo chavista, aVenezuela vive um “processo acelerado de desmonte das liberdadesdemocráticas, objetivando a perpetuação do presidente Chávez no poder,de militarização do país, de promoção de um projeto político-ideológicoregional expansionista e de constante intervenção provocativa emassuntos internos de outros países”.De acordo comparlamentares que acompanham o processo de discussão, na votação, atendência é de o relatório do tucano ser rejeitado – portanto,arquivado. Com isso, um voto em separado deve ser aprovado e remetido aoplenário. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), jáelaborou o voto em separado defendendo a participação da Venezuela nobloco. Jucá tentou retirar a interpretação política da discussãoconcentrando seus argumentos na abordagem econômica.Para Jucá,os presidentes da República são substituídos, por isso o que deve serconsiderado é o ponto de vista econômico. A tensão deverá dominar asessão destinada à votação, uma vez que a questão venezuelana viroutema da política interna brasileira colocando oposição e governo emlados opostos.A votação do relatório no plenário do Senado vaiser nominal. Teoricamente poderia ser simbólica, mas como se trata deum tema bastante controvertido e polêmico, os líderes optam peladiscussão, apreciação e posterior votação da proposta.