Horário de verão provoca transtornos diferentes em cada pessoa, diz médico

17/10/2009 - 16h35

Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A maioria das pessoas não se prepara para enfrentar o horário de verão, que vai começar à zero hora de amanhã (18/10),e nos primeiros dias vai sentir sono em horários em que deveria estarem atividade. Com a mudança, o incômodo deverá ser, para elas,inicialmente, de até duas ou três horas, podendo sofrer transtornos nãosó do ponto de vista da vigília, mas  sentir vontade de dormir pelamanhã. Isso provoca nos primeiros dias redução do desempenhoprofissional, com a possibilidade de ocorrência de cefaléias,irritabilidade e tendência de a  pessoa procurar se encostar para dormirum pouco onde estiver. Dependendo da característica de cada um,  odia só vai melhorar a partir do começo da tarde, principalmente paraquem costuma dormir oito horas por dia ou mais, de acordo com o médico dolaboratório de Neurologia do Hospital Universitário de Brasília (HUB),Raimundo Nonato.  Os efeitos do horário de verão podem sermaiores para as crianças e adolescentes, que costumam sentir maiornecessidade de horas de sono que as pessoas mais velhas.  O médico dizque os mais velhos, especialmente pessoas aposentadas, têm menosnecessidade de sono e poderão se adaptar melhor, pois em geral costumamtirar cochilos durante o dia. As crianças que estudam pela manhãsentirão mais desconforto, segundo  Raimundo Nonato, que falou sobre oassunto em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, namanhã deste sábado (17/10). Osefeitos provocados pelo horário de verão vãodepender do quadro de cada um.  Muitas pessoas poderãosofrer problemas digestivos, respiratórios e até cardíacos porque vão ter queestar acordados em horário diferente, impondo ao organismo um ritmodiferente. O organismo não está preparado para obedecer sempre amudanças e há pessoas que vão se adaptar mais rápido, depois de  24 a48 horas, segundo Raimundo Nonato. As pessoas que têm horáriorígido a cumprir para tomar remédios deverão continuar ingerindo seusmedicamentos no mesmo espaço de tempo que vinham seguindo e devem ficarmais alertas se dirigirem automóveis, pois nos primeiros dias dohorário de verão estarão submetidas a mais riscos. Dormir éuma necessidade básica do ser humano, do ponto de vista médico,  poiso sono é o período usado para repouso e restauração das energias doindivíduo. "O paciente que sente insônia sofre muito por não conseguirdormir e precisa de medidas terapêuticas cognitivas para atenuar seuproblema, que é patológico", conforme o médico.  Para eles, a mudançade horário "é um coadjuvante a agravar o drama que vivem". Deacordo com  as características de cada pessoa, há aqueles que sehabituaram a dormir pouco, até cinco horas, havendo outros que só sesatisfazem com oito a oito horas e meia de sono diárias. Tudo está vinculado àdependência genética individual, conforme Nonato. "O pai da medicina,Hipócrates, dizia que o sono ou a vigília excessiva são sinais dedoença e podemos constatar que isso é verdade até hoje", diz RaimundoNonato. Qualquer dificuldade da pessoa para administrar sua rotina dedescanso envolve a necessidade de procurar especialistas. Se uma pessoaacorda mais cansada do que quando foi dormir, isso mostra que ela temum quadro patológico que requer tratamento.  Quando o indivíduo obedeceaos sinais do organismo, terávida mais prolongada, com mais qualidade, mantendo as funções do seucorpo íntegras por muito mais tempo, assinala o médico do HUB.