Federação dos Petroleiros descarta greve de imediato e mantém o diálogo

16/10/2009 - 6h48

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Apesar da greve iniciada nessa quinta-feira (15) pela Frente Nacional,  a Federação Única dos Petroleiros  (FUP), que representa 12 dos 18 sindicatos ligados à estatal (com cerca de 32 mil trabalhadores) preferiu continuar as negociações sobre o acordo coletivo da categoria, que tem data-base em 1º de setembro.Por meio da assessoria de imprensa, a FUP informou que preferiu continuar em processo de negociação com a estatal. “Nós oficializaremos à Petrobras, nesta sexta-feira, que não aceitamos a contraproposta da companhia. Mas a FUP continua em processo de negociação, já manteve reunião com todos os representantes dos 12 sindicatos que compõem a federação e o indicativo é de retorno às negociações. É de aposta na mesa de negociações”. Apesar da disposição pelo diálogo, a Federação Única dos Petroleiros fará paralisações localizadas amanhã (17)  para chamar a atenção da companhia para outra reivindicação. “Nesta paralisação, os trabalhadores estarão cobrando da Petrobras o pagamento pelos dias trabalhados nos feriados. Este é, inclusive, um dos itens da pauta de reivindicações: que a companhia pague por todos os feriados trabalhados e não apenas pelo Natal, Ano Novo e o 1º de Maio (Dia do Trabalhador), como ocorre atualmente”. As paralisações, no entanto, ocorrerão de forma diferenciada nas trocas de turno das refinarias e terminais. “Normalmente, nesses casos, cada sindicato adota uma forma diferente de paralisação. Tem sindicato que atrasa a entrada nas trocas de todos os turnos, outros cortam um turno inteiro. Mas esse movimento será apenas no sábado”.A FUP, de acordo com os seus dirigentes, vai continuar apostando, após o movimento deste sábado, na construção “de um calendário de negociação” com a Petrobras em busca de acordo que evite a greve. Um dos pontos mais importantes da pauta de reivindicações da FUP é a suspensão das punições impostas pela Petrobras à parte da categoria que aderiu à última paralisação. Eles querem ainda reposição com base no Índice do Custo de Vida do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), de 3,75%, ganho real de 10% e produtividade de 5,1%. A Petrobras oferece a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE, que mede a inflação oficial, e entre 1,14% e 1,5% de ganho real.