Gasto de turista de eventos internacionais no Rio supera média de outras cidades, revela pesquisa

15/10/2009 - 17h58

Luiz Augusto Gollo
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os turistasentrangeiros que participaram de dez eventos corporativos ouprofissionais no Rio de Janeiro tiveram um gasto diário de US$ 395,35, muito acima da média nacional, de US$ 285,10, segundopesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV), divulgada na manhãhoje (15). O levantamento,encomendado pelo Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), foifeito entre 2007 e 2008. De acordo com a pesquisa, os congressos econvenções realizados na cidade, nesse período, movimentaram U$14,92 milhões.A média diária degastos de turistas que visitam o Rio a negócios é de US$ 116,50 ea lazer, de US$ 98,10, segundo levantamento feito em 2007 pelaFundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) da Universidadede São Paulo (USP), a pedido da Embratur.“Isso mostra que oRio de Janeiro oferece várias opções, fora da agenda dos eventos,em compras, cultura, moda e joias, por exemplo”, explica apresidente da Embratur, Jeanine Pires, que divulgou no Rio os dadosda Pesquisa do Impacto Econômico dos Eventos Internacionais noBrasil 2007/2008.O estudo da FGV incluidados que acabam com o mito da violência urbana carioca, enfatiza aEmbratur: “No Rio de Janeiro, 51% dos pesquisados disseram que aimagem que tinham da cidade melhorou depois de a conhecerem.Somando-se [esse contingente de turistas] aos que disseram quea imagem continuou a mesma, chega-se a mais de dois terços. Mas omais significativo é que quase 90% deles pretendem voltar à cidadepara lazer, como turistas comuns”.Com permanência médiade seis noites no país, 94,4% dos visitantes estrangeirosentrevistados na pesquisa durante os eventos no Rio ficaramhospedados em hotel e usaram o táxi como principal meio detransporte (61,8%). Ainda segundo o levantamento, 72,6% visitarampela primeira vez a cidade.“Essa pesquisa vemmostrar como um evento pode modificar a imagem da cidade e impactarpositivamente sua economia. E o Rio de Janeiro, por causas da Copa doMundo 2014 e das Olimpíadas 2016, tem uma grande oportunidade emsuas mãos”, disse Jeanine Pires.A presidente daEmbratur chama a atenção ainda para o fato de as pessoas ouvidaspela FGV serem profissionais de alto nível de instrução e de renda– ou seja, formadores de opinião e influentes em seus meiossociais: “54,5% delas recebem mais de US$ 3 mil por mês e 10% maisde US$ 10 mil”.Praticamente a metadedas pessoas pesquisadas admitiu que o fato de o evento ser realizadono Brasil foi determinante para sua inscrição, o que também revelaa curiosidade crescente que o Brasil desperta no exterior. As 14cidades incluídas na amostragem são capitais e outras com perfispróprios de excelência no tema do evento ou com capacidade deexploração de sua vocação turística, de produtos e de serviços.O estudo completo lista36 eventos realizados nestas cidades: São Paulo, Rio de Janeiro,Brasília, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador, Águasde Lindoia, Búzios, Campinas, Foz do Iguaçu, Porto de Galinhas eSantos. Gasto médio diário, perfil das despesas, país deresidência, faixa de renda, tempo de permanência, percepção daimagem da cidade-sede do evento e intenção de retorno dosparticipantes estrangeiros ao país estão entre os principais dadosfornecidos pelo estudo.“Apesar de o Rio sero lugar onde mais se gasta, a cidade de São Paulo está à frente nonúmero de eventos. É a primeira colocada nas três Américas,segundo a Associação Internacional de Congressos e Convênios(Icca), na sigla em inglês), e a décima segunda no mundo, com 75eventos internacionais em 2008”, acrescenta Jeanine Pires.No total, o Brasilsediou 254 eventos internacionais, de acordo com a Icca, ocupando asétima posição no contexto mundial. No mesmo ano, o Rio de Janeiropromoveu 41 congressos, simpósio, seminários e convenções abertosa estrangeiros.