Amorim volta a defender a recondução de Zelaya e se diz confiante sobre fim da crise

15/10/2009 - 17h36

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Às vésperas do prazo imposto pelo presidente deposto Manuel Zelayapara o fim da crise desencadeada por um golpe de Estado em Honduras, oministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, elogiou hoje(15) o avanço das negociações e voltou a defender a recondução do líderdestituído ao poder.“Estou confiante que isso [um acordo] váocorrer. Há um diálogo, que, há um mês, estava parado”, afirmou duranteevento do Itamaraty, no Rio, ao comentar a atuação conciliatóriacoordenada pela Organização dos Estados Americanos (OEA). Oministro acredita que o Brasil ajudou no processo, principalmente, aoconceder abrigo a Zelaya na embaixadabrasileira em Honduras, onde ele está junto com uma comitiva desde 21de setembro.“Acho que o Brasil até contribuiu [para um acordo] por ter oferecidoessa proteção ao presidente Zelaya. Agora, a solução virá doshondurenhos. Honduras precisa de paz e a nossa América Latina precisaconfiar na democracia.”O ministro ponderou, no entanto, que é preciso ter “cautela”quanto às informações sobre as negociações. “Até ontem à noite [14], asinformações eram positivas. Não eram definitivas, mas eram positivas”,disse otimista. Para ele, o clima é favorável, influenciado pelaclassificação de Honduras para a Copa do Mundo de 2014.“Vamostorcer para que, inclusive, essa vitória no futebol [no jogo contra ElSalvador, ontem], inspire sentimentos que permitam uma saída”.Sobrea permanência de Zelaya na embaixada brasileira, o chanceler afirmouque não estabeleceu um prazo para a desocupação da unidade. “O prazo,naturalmente, é a credibilidade do processo eleitoral. Não somos osprimeiros a dizer isso, mas uma eleição fora de um processo democráticonão tem credibilidade”. Zelaya exigiu um acordo com o governo golpista de Roberto Micheletti até o fim desta quinta-feira (15), para que as eleições presidenciais marcadas para 29 de novembro não sejam adiadas.