Professor da USP defende plebiscito para que população seja ouvida sobre pré-sal

14/10/2009 - 18h33

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O coordenador doPrograma de Pós-Graduação em Energia da Universidade de São Paulo(USP), Ildo Sauer, defendeu hoje (14) a reestatização da Petrobras, omonopólio da União sobre o petróleo da camada pré-sal e arealização de um plebiscito para definir em que ritmo o óleodeverá ser extraído e como seus rendimentos deverão serinvestidos.Durante audiência pública na comissão especialda Câmara dos Deputados que analisa o projeto de exploração eprodução do pré-sal, Sauer disse que esse modelo já é adotado naChina e na Arábia Saudita com sucesso. De acordo com Sauer, atualmente, mais de 70%do petróleo produzido no mundo estão com empresas estataiscontroladas publicamente para uso estratégico. "Então a ideia deretomar o monopólio, programar a produção do óleo de maneiraorganizada para não causar perturbação no mercado internacionalquanto aos preços e programar a produção somente vinculada a umprograma nacional de desenvolvimento social, é a melhor maneira”,afirmou Sauer. Segundo o professor, não há ambiente políticofavorável a essa proposta e, portanto, o país deveria adotar umasegunda opção. Nesse caso, o modelo de partilha seria mantido, mascom remuneração mínima para a União de 80% do lucro. Ou seja, aPetrobras faria a operação e toda a exploração, e apósdescontados os custos disso em óleo, 80% do que restasse seriamrepassados para a União, ficando a estatal com os 20% de lucrorestantes. “A proposta é essa: o excedente econômicoassociado ao petróleo, que pertence à nação, deve ser usado paramudar o país. Nós temos 500 anos de história e tanta assimetriadentro do Brasil. Pela primeira vez, aparece uma nova fronteiraenergética em plano mundial que pode permitir uma nova transiçãosocial. Se tivermos consciência disso, poderemos mudar o país”,completou Sauer. Para ele, a melhor forma de determinar avolta do monopólio estatal sobre o petróleo e a maneira como odinheiro deve ser gasto, é convocando a população ao fim daseleições do ano que vem para um plebiscito.