Prefeito de Caracas fala com senadores no dia 22 sobre adesão da Venezuela ao Mercosul

14/10/2009 - 14h03

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Àsvésperas de o Senado definir se a Venezuela seráintegrada ao Mercosul, a Comissão de RelaçõesExteriores e Defesa Nacional da Casa vai ouvir o prefeito de Caracas,Antonio Ledezma, sobre o assunto, no próximo dia 22. Opositordo presidente venezuelano, Hugo Chávez, Ledezma, que semprefoi contrário à adesão de seu país aobloco econômico, mudou de posição nos últimosdias.A Comissãode Relações Exteriores do Senado é um dosúltimos obstáculos ao protocolo de adesão daVenezuela ao bloco econômico. Para os senadores, éfundamental saber o que fez o prefeito assumir outra posiçãosobre o assunto.“Éum elemento novo e que provoca discussão e análise.Negociamos para que ele viesse o mais rápido possívelparticipar da audiência na comissão”, disse opresidente da Comissão de Relações Exteriores doSenado, Eduardo Azeredo (PSDB-MG). Uma semana depois de ouvirLedezma, no dia 29, os senadores votarão o relatórioque definirá sobre a participação da Venezuelano Mercosul.O convitepara Ledezma foi feito na semana passada, depois que o senadorEduardo Suplicy (PT-SP) levou à comissão a cópiade uma entrevista concedida pelo prefeito à imprensavenezuelana defendendo o ingresso de seu país no Mercosul. Areação do prefeito pegou os senadores de surpresa. Éque, em maio, ele enviou documento ao presidente do Senado, JoséSarney (PMDB-MA), pedindo o veto à entrada da Venezuela nobloco.Naocasião, Ledezma disse que a adesão da Venezuelaabriria um grave precedente, uma vez que o governo de Hugo Cháveztem características antidemocráticas. “[Éum governo de] ações que demonstram uma escaladaautoritária, que não crê nos princípios demercado, de processo de integração, e que insulta oSenado brasileiro chamando seus integrantes de 'papagaios do ImpérioAmericano' por não se dobrarem ao seu propósito”,afirmou ele no documento.A propostade integração da Venezuela aguarda votação,no dia 29. No relatório do senador Tasso Jereissatti(PSDB-CE), a recomendação é de veto. Mas o líderdo governo no Senado, Romero Jucá (PSDB-RR), vai apresentar umvoto em separado (espécie de relatório paralelo) noqual defende a adesão da Venezuela.No últimodia 1º, Tasso apresentou seu relatório com críticaspolíticas e técnicas. Para ele, os aspectos positivossobre a possível participação do paísvizinho no bloco são insuficientes. O assunto geradivergências entre os parlamentares e por isso houve um pedidocoletivo de vista do relatório (mais prazo para análise).Serejeitado, o relatório de Tarso será arquivado. Porém,caso seja aprovada a adesão da Venezuela ao Mercosul(relatório que deve apresentado em voto em separado), aproposta seguirá para apreciação e votaçãodo plenário do Senado.